Política

Segurança de Lula estava em grupo de militares golpistas, revela perícia em celular de Mauro Cid

Após descoberta da PF, o tenente Coronel André Luis Cruz Correia foi exonerado da equipe que acompanha o presidente

Segurança de Lula estava em grupo de militares golpistas, revela perícia em celular de Mauro Cid
Segurança de Lula estava em grupo de militares golpistas, revela perícia em celular de Mauro Cid
O tenente-coronel André Luis Cruz Correia. Foto: Divulgação
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Um segurança que integrava a equipe de escolta pessoal de Lula (PT) estava em um grupo de WhastApp de militares da ativa que discutiam a possibilidade de se fazer um golpe de Estado no Brasil. A descoberta foi feita pela Polícia Federal, durante a perícia no celular de Mauro Cid, o ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. As informações são da jornalista Andréia Sadi, no site G1.

Trata-se, segundo os investigadores, do tenente-coronel André Luis Cruz Correia. O militar já viajou com o presidente em cinco ocasiões diferentes. A última viagem ao lado de Lula foi para Puerto Iguazu, na Argentina, no início de julho. Ele também esteve com Lula na Bélgica, quando o petista participou da cúpula entre a União Europeia e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, a Celac.

Após a descoberta, André Luis Cruz Correia foi exonerado da equipe que cuida da escolta pessoal de Lula, que está sob coordenação do Gabinete de Segurança Institucional.

Apesar da exoneração, ao G1, o ministro do GSI, general Marcos Antonio Amaro dos Santos negou conhecer a informação da PF, de  que Correia integrava o grupo citado. Ele não explicou, porém, a exoneração do tenente-coronel.

Ainda segundo Sadi, o militar teria se mudado da Bahia para Brasília em março, quando passou a integrar a equipe de segurança de Lula, após pedir ajuda de Mauro Cid. Amaro também nega a informação e diz que o ex-ajudante de ordens não conseguiria executar tal solicitação.

O caso abre novo capítulo na briga entre GSI e PF sobre quem deve cuidar da segurança de Lula. No início do ano, a escolta passou a ser feita pela PF, mas retornou ao GSI após alguns meses. Um acordo definiu que os militares fariam a coordenação, mas com participação de integrantes da polícia na equipe.

Num capítulo anterior dessa disputa, foi descoberto que e-mails com detalhes sigilosos sobre as agendas de Lula fora de Brasília estariam sendo encaminhados para Mauro Cid e outros aliados de Bolsonaro. O GSI disse ter aberto uma sindicância, mas nunca deu detalhes sobre o ocorrido.

Sobre Correia, não se sabe ainda se o militar participou ativamente dos diálogos que, além de um golpe contra Lula, faziam ataques diretos ao ministro do Supremo, Alexandre de Moraes. Ele não seria o primeiro integrante do GSI a ter ligações com as tentativas de ruptura. Imagens das câmeras de segurança do Planalto, que levaram a demissão de GDias, mostraram outros militares que teria prestado algum auxílio aos golpistas ou se omitido durante a invasão.

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