Política

‘Se alguém ganhar de mim, é porque é melhor que eu’, diz Bolsonaro sobre as eleições

Em cerimônia, o ex-capitão também retomou o discurso negacionista ao repetir ataques a medidas contra a Covid

Foto: Reprodução/TV Brasil
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O presidente Jair Bolsonaro voltou a pedir, nesta quinta-feira 17, “eleições transparentes” para a Presidência da República neste ano. Ao projetar que o Congresso Nacional terá uma composição “melhor” a partir de 2023, disse que “se alguém ganhar de mim [em outubro], é porque é melhor que eu, e vai ganhar na legalidade”.

Em evento no Palácio do Planalto, o ex-capitão declarou ter certeza da realização de “eleições transparentes em outubro do corrente ano”.

“Esse é o discurso e a prática de muita gente. Queremos que aquele time pelo qual a gente torce, caso esteja rendendo, continue”, prosseguiu.

Na cerimônia, Bolsonaro também retomou o discurso negacionista ao repetir ataques a medidas recomendadas por especialistas para conter a disseminação da Covid-19, como o distanciamento social.

“Políticas restritivas, como se ficando dentro de casa, preferencialmente embaixo da cama, o vírus fosse embora. Talvez eu tenha sido o único chefe de Estado do mundo que disse que deveria ser diferente desde o início. Lamentavelmente, por decisão judicial, eu perdi a possibilidade de conduzir o destino da Nação durante a pandemia”, emendou.

Bolsonaro reedita, assim, uma das fake news mais compartilhadas por ele e por seus apoiadores ao longo da crise sanitária: a de que o Supremo Tribunal Federal teria impedido o governo federal de atuar no combate ao coronavírus.

Na verdade, o STF julgou, no início da pandemia, três ações em que reafirmou que governadores e prefeitos têm autonomia para montar planos locais de ação, incluindo o fechamento de comércio. E ressaltou que todas as esferas do Poder Público devem participar do combate à doença.

“É letra expressa da Constituição Federal: cumpre à União, a estados, municípios e ao Distrito Federal cuidar da Saúde e legislar sobre a saúde”, declarou o então ministro Marco Aurélio Mello em junho de 2020 ao refutar alegações de Bolsonaro.

A cerimônia desta quinta marcou a assinatura de um decreto que antecipa o 13º salário de aposentados, pensionistas e outros segurados do INSS. A medida também libera saque de até 1.000 reais do FGTS.

No evento, Bolsonaro ainda assinou uma medida provisória que amplia a margem de empréstimo consignado dos atuais 35% do valor do benefício para até 40%.O governo também lançou um programa de simplificação do microcrédito digital para empreendedores.

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