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Sâmia Bomfim apresenta projeto para que delegacias especializadas em crimes raciais funcionem 24h

Segundo o PL, os recursos para a ampliação do serviço no País seriam oriundos do Fundo Nacional de Segurança Pública

Sâmia Bomfim apresenta projeto para que delegacias especializadas em crimes raciais funcionem 24h
Sâmia Bomfim apresenta projeto para que delegacias especializadas em crimes raciais funcionem 24h
Foto: Reprodução Foto: Reprodução
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A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) apresentou um projeto de lei para garantir a criação e o funcionamento 24 horas das Delegacias de Crimes Raciais e de Delitos de Intolerância, conhecidas como DECRADIs, em todo o Brasil.

O texto foi protocolado em 7 de junho e aguarda deliberação da Câmara para começar a tramitar. Essas unidades são importantes para combater crimes motivados por discriminação de raça e cor, religião, procedência nacional e LGBTfobia.

Na proposta, a parlamentar ainda sugere que, em cidades pequenas, os órgãos de segurança pública terão de criar ao menos uma sala especializada com equipes capacitadas e funcionamento ininterrupto para atender vítimas de violência.

Os policiais lotados nessas unidades, ainda segundo o projeto, deverão receber “treinamento adequado para permitir o acolhimento e escuta especializada” com objetivo de evitar revitimização durante o atendimento.

Sâmia também defende que as delegacias, através de convênios com a Defensoria Pública da União, órgãos do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e do Poder Judiciário, possam prestar acompanhamento psicológico e jurídico às pessoas que foram alvo de violência.

Os recursos para a ampliação do serviço no País, afirma a proposta, seriam oriundos do Fundo Nacional de Segurança Pública.

Ao justificar o projeto, a deputada do PSOL mencionou casos recentes de homofobia, a exemplo do assassinato do jovem Leonardo Nunes, de 24 anos, após um encontro marcado por meio de um aplicativo de relacionamento, na zona sul da capital paulista.

O texto ainda crítica “a ausência de um corpo policial treinado e uma estrutura administrativa especializada” para acolher  vítimas de crimes de ódio, o que, segundo a parlamentar, potencializa o “sentimento de desamparo” que as acomete.

“As delegacias são mecanismos importantes de acolhimento às minorias por parte Estado, por isso, não devem se restringir aos grandes centros”, acrescentou Sâmia a CartaCapital. “Precisamos replicar esse modelo de atendimento em todo o Brasil para que a população LGBT+ seja, um dia, plenamente empoderada de seus direitos”.

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