Política
Roberto Jefferson diz ter disparado 50 tiros contra a PF: ‘Se quisesse, matava’
O bolsonarista admitiu ter entre 20 e 25 armas em Comendador Levy Gasparian (RJ)
O ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) afirmou nesta segunda-feira 24, em depoimento à Polícia Federal, ter disparado 50 tiros contra agentes que tentavam cumprir a ordem de prisão expedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
No depoimento, divulgado pela TV Globo, o bolsonarista declarou ter possuído mais de 100 armas de fogo quando morava em Petrópolis (RJ). Atualmente, admite ter entre 20 e 25 armas em Comendador Levy Gasparian. Ele também afirmou ter lançado três granadas nos agentes – dois deles ficaram feridos.
“Não atirou para matar nenhum policial”, disse Jefferson, conforme a transcrição da oitiva. “Se quisesse, matava os policiais, pois estava em posição superior e com fuzil na mira.”
Jefferson responderá por quatro tentativas de homicídio, segundo informações da Polícia Federal nesta segunda. A ação armada do ex-parlamentar ocorreu por volta das 11h. Cerca de oito horas depois, ele se rendeu e foi levado pela PF de volta ao presídio.
O petebista havia sido detido em agosto de 2021 por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes no âmbito do inquérito sobre a atuação de milícias digitais contra a democracia. Em janeiro deste ano, o magistrado acolheu um pedido da defesa do extremista e autorizou a progressão para a prisão domiciliar.
Ao revogar a domiciliar, Moraes listou episódios em que Jefferson descumpriu as regras:
- recebeu visitas e transmitiu orientações a dirigentes do PTB;
- concedeu entrevista à Jovem Pan News no YouTube;
- promoveu, replicou e compartilhou fake news “que atingem a honorabilidade e a segurança do STF e de seus ministros, atribuindo e/ou insinuando a prática de atos ilícitos por membros da Corte”.
Segundo Moraes, “está largamente demonstrada, diante das repetidas violações, a inadequação das medidas cautelares em cessar o periculum libertatis do denunciado, o que indica a necessidade de restabelecimento da prisão, não sendo vislumbradas, por ora, outras medidas aptas a cumprir sua função”.
Um minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.