O trajetória política da família Requião no Paraná, representada pelo ex-governador Roberto Requião e do seu filho, o deputado estadual Requião Filho, deve seguir fora do Partido dos Trabalhadores. A informação foi dada pelo parlamentar em entrevista a CartaCapital.
A dupla chegou ao partido em 2022, pouco antes das eleições, como a grande aposta da legenda para reposicionar o PT na disputa com o governador Ratinho Jr. (PSD). Quase dois anos depois, afirma Requião Filho, a sensação é de engano.
“Depois, revendo fatos, ficou claro que entre o grupo político de Ratinho e o grupo do PT de São Paulo e de Brasília havia um acordo de não agressão. Tanto que o Ratinho pai [apresentador de TV] sequer veio ao Paraná para fazer campanha contra o Lula…foi fazendo no Mato Grosso e outros estados, mas não pisou aqui”, afirma.
“Então, fica essa penumbra, essa nuvem de dúvidas, de acertos, de acordos brancos feitos”, completa.
Segundo o político, nem ele, nem seu pai ainda bateram o martelo. Roberto Requião, vale lembrar, foi derrotado nas urnas e pode sair do partido a qualquer momento sem sofrer sanções. O filho, porém, venceu uma eleição proporcional e, por isso, precisa aguardar a janela partidária. Nos bastidores, CartaCapital confirmou que há negociações com siglas como PDT e PSB.
Na conversa, Requião Filho lamentou o desacerto, alegando que a saída não era sua vontade inicial.
“Há uma ala muito forte do PT que tenta nos expurgar do partido. Então, não é uma questão de ‘ah o grupo Requião está saindo do PT’. Não, tem uma ala do PT que deixou bem claro que não há espaço para o tipo de política séria e programática que nós fazemos”, conclui.
Na entrevista, Requião Filho falou também sobre o governo Ratinho Jr., contra quem ele protocolou um pedido de impeachment; o futuro de Ademar Traiano (PSD) no comando da Assembleia Legislativa após a revelação de um escândalo de corrupção e sobre como o PT deveria se posicionar na eleição de 2024 em Curitiba.
Confira:
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