Política
PL das Fake News: Relator critica ausência do Google em seminário e diz que a plataforma ‘enviesou’ debate
O CEO Fábio Coelho confirmou participação no evento promovido pelo Grupo Esfera, mas cancelou a presença horas antes do painel
A ausência do CEO do Google no Brasil, Fabio Coelho, durante evento promovido pelo Grupo Esfera nesta segunda-feira 15 sobre a regulação das mídias digitais foi alvo de críticas do deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), relator do PL das Fake News.
Coelho debateria o tema com o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência, Paulo Pimenta, o senador Ângelo Coronel (PSD-BA) – relator do PL na Casa Alta – e a diretora da Agência Nacional de Proteção de Dados, Miriam Wimmer.
A organização do evento, no entanto, só foi comunicada sobre a ausência do CEO pouco antes do início do painel. De acordo com a assessoria de imprensa do Google, o executivo “não participou do evento em função de compromissos emergenciais”.
Durante o seminário, Silva destacou a importância da participação do representante do Google no debate sobre a regulação das mídias digitais. “Eu lamento muito a ausência do Google no debate, pois o Google tentou incidir [na regulamentação], manipulando a sua posição no mercado. A empresa tem 97% do mercado de buscas do Brasil e enviesou os debates utilizando a sua estrutura para impulsionar críticos e limitar a fala daqueles que defendem a proposta.”
“Eu ficaria feliz de ouvir os argumentos que eles têm contra as regras de transparência. Gostaria de saber em que medida eles criticam as sugestões para ajustar a legislação de publicidade, de risco sistêmico. Que são os temas que nós colocamos no texto.”
O parlamentar também instou a plataforma a especificar qual trecho do projeto abriria caminho para censura, argumento defendido pelas big techs em oposição à matéria. “Defendo que o Google faça debate em um espaço como este ou no Congresso Nacional. Não pode haver abuso do poder econômico da sua estrutura, que é neutra, para enviesar o debate”, completou.
A ausência de Coelho acontece em meio à ofensiva da plataforma contra o projeto de lei que estabelece punições contra a disseminação de conteúdos falsos nas redes. Na última sexta-feira, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, autorizou a abertura de um inquérito para investigar o executivo pela campanha contra o texto.
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