Política

Quem são os outros alvos da operação que apura interferência da PRF nas eleições

Os endereços ligados a sete diretores da PRF na gestão de Silvinei Vasques, preso pela PF, foram alvos de mandados de busca e apreensão

Foto: Divulgação/PRF
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A Polícia Federal, como parte da operação Constituição Cidadã, que prendeu o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, cumpre dez mandados de busca e apreensão na manhã desta quarta-feira 9.

Os alvos são policiais que integravam a cúpula da PRF na gestão do bolsonarista. Veja a lista:

  • Wendel Benevides, ex-corregedor-geral da PRF;
  • Djairlon Henrique Moura, ex-diretor de Operações da PRF;
  • Luis Carlos Reischak, ex-diretor de Inteligência da PRF;
  • Rodrigo Cardozo Hoppe, ex-diretor de Inteligência Substituto da PRF;
  • Anderson Frazão, ex-coordenador-geral de Gestão Operacional da PRF;
  • Antonio Melo Schlichting Junior, ex-coordenador-geral de Combate ao Crime da PRF;
  • Bruno Nonato, ex-diretor da PRF e hoje no comando da ANTT.

A suspeita, informa a PF, é de que o grupo liderado por Vasques tenha interferido nas eleições do ano passado com as blitze montadas no Nordeste. Segundo a nota da corporação, eles teriam “direcionado recursos humanos e materiais com o intuito de dificultar o trânsito de eleitores” no dia 30 de outubro do ano passado, data do segundo turno do pleito.

A investigação mostra que a operação da PRF, que barrou a circulação de eleitores dos estados do Nordeste, reduto eleitoral do PT, foi planejada pela gestão de Vasques no início daquele mês. O diretor-geral foi preso preventivamente e seus auxiliares são alvos de buscas. Os mandados são cumpridos  nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Rio Grande do Norte.

Para a PF, os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de prevaricação e violência política. Vasques e os demais envolvidos também devem responder pelos crimes de impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio, entre outros do Código Eleitoral.

No depoimento à CPMI do 8 de Janeiro, quando as blitze foram tratadas como eventos preparatórios para os atos golpistas, Vasques negou as acusações. Naquela época, parlamentares já apontavam indícios de que o policial mentiu sob juramento.

À época, Eliziane Gama (PSD), relatora do colegiado, pediu a abertura de um inquérito contra Vasques pela apresentação de dados falsos durante o depoimento. Os itens eram justamente sobre as operações da corporação que motivaram a prisão de Vasques nesta quarta-feira.

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