Política

‘Quem pensa que estou abrindo a porta dos quartéis para Lula desconhece a minha história’, diz Mourão

O vice-presidente afirmou na semana passada que Forças Armadas não vão interferir no processo eleitoral caso petista ganhe eleição deste ano

Hamilton Mourão, vice-presidente da República. Foto: Sergio Lima/AFP
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O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, rechaçou neste domingo qualquer tipo de aproximação com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nas redes sociais, Mourão afirmou que “o governo do PT foi catástrofico para o Brasil e que o retorno ao poder (da sigla) trará retrocessos”.

“Quem pensa que estou abrindo a porta dos quartéis para Lula e PT, desconhece a minha história e o papel das Forças Armadas, em especial do Exército Brasileiro. Continuo firme, afirmando que o governo do PT foi catástrofico para o Brasil e que o retorno ao poder trará retrocessos”, escreveu Mourão, pelo Twitter.

A fala ocorreu dias após Mourão dizer, em entrevista à coluna de Igor Gadelha, do portal Metrópoles, que é “totalmente desproposital” a tese de que as Forças Armadas não aceitariam uma eventual vitória de Lula no pleito deste ano. A fala foi mal interpretada por bolsonaristas mais radicais.

Na ocasião, o vice-presidente destacou que as Forças Armadas “têm se mantido dentro dos limites dos deveres constitucionais dela, têm agido dessa forma ao longo de todo esse período, desde o término do período de presidentes militares”. “As Forças Armadas não se meteram em nenhum processo eleitoral. Fomos aí, ao longo de 12 anos, 13 anos, governados pela esquerda, pelo PT, sem problema nenhum”, declarou, na semana passada.

Ao longo do mandato, Mourão tem dado declarações que desagradam ou contrariam entendimentos do Palácio do Planalto. Em uma das mais recentes, no início do conflito entre Rússia e Ucrânia, o vice criticou Vladimir Putin e disse que o Brasil não estava neutro na disputa, mas acabou desautorizado.

Horas depois, em sua live, Bolsonaro se referiu ao vice como “essa pessoa” e afirmou que ele não tinha competência para dar declarações sobre a guerra na Ucrânia, acrescentando que Mourão estava “dando peruada naquilo que não lhe compete”.

No ano passado, Mourão afirmou que é “lógico” que o Brasil terá eleições no ano que vem mesmo sem a aprovação do voto impresso, defendido pelo presidente Jair Bolsonaro. O vice disse que o país não é uma “república de banana” e questionou quem iria “proibir eleição”.

Duas semanas antes, Bolsonaro afirmou que não haveria eleição no ano que vem se a disputa não fosse “limpa”. O presidente não explicou o que ele considerava uma eleição “limpa”.

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