Política

Quem é o bolsonarista citado na investigação da PF sobre ataque a helicóptero do Ibama

Ataques contra o veículo teria acontecido como retaliação às ações de combate ao garimpo ilegal em Terras Yanomami

Reprodução Redes Sociais
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A Polícia Federal concluiu a investigação sobre um atentado contra veículos do Instituto Brasileiro do Meio ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, o Ibama.

Considerado como atentado, a destruição do veículo teria acontecido como forma de retaliação às ações de combate ao garimpo ilegal em Terras Yanomami. 

Em setembro de 2021, suspeitos invadiram a Superintendência da Polícia Federal em Roraima e tentado colocar fogo em um helicóptero do Ibama usado na repressão de crimes ambientais no estado.

Segundo as investigações, os ataques foram idealizados e receberam apoio por meio de um grupo de WhatsApp, composto por mais de 100 membros. 

Entre os integrantes do grupo estava Rodrigo Martins Mello, conhecido como Rodrigo Cataratas, velho conhecido por da Justiça, apontado como líder de uma organização criminosa que explora o garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami. 

O empresário, que foi candidato pelo PL a deputado federal, lidera um movimento pró-garimpo no estado. 

Rodrigo Cataratas acumula mais de 7 milhões de reais em multas ambientais aplicadas pelo Ibama. 

Em dezembro de 2022, Cataratas foi denunciado pelo Ministério Público Federal pelos danos causados na região. 

O órgão opinou ela condenação do bolsonarista, e outros envolvidos, a uma indenização de 36 milhões de reais a serem revertidos ao povo yanomami. 

As investigações apontaram que a suposta organização criminosa teria ao menos 23 aeronaves a seu serviço na exploração de minérios. 

Um desses aviões teriam sido usado em um ato pró-Bolsonaro durante as comemorações do 7 de Setembro, em Boa Vista. 

O veículo teria sido estilizado com elementos nacionais capturados pelo ex-capitão, como a bandeira do Brasil. 

Além do empresário, uma irmã e seu filho estariam envolvidos nas atividades de garimpo ilegal. 

Durante a campanha de 2022, na qual se candidatou a deputado federal pelo estado, Cataratas foi preso em flagrante pela Polícia Rodoviária Federal, por suspeita de compra de votos. 

Na ocasião, os agentes encontraram 6 mil reais em espécie, em posse do candidato, além de propagandas e uma lista contendo nomes de eleitores e valores que deveriam ser pagos a cada um deles. 

Ele já se candidatou pelo menos outras três vezes a cargos públicos, todas às vezes sem sucesso. 

Segundo as declarações feitas por Cataratas à Justiça Eleitoral, entre 2012, quando concorreu pela primeira vez, e 2022, o patrimônio do empresário teria crescido 25 vezes. 

Além das acusações de liderar uma organização que explora o garimpo ilegal, Cataratas possui diversas outras empresas que teriam finalidades lícitas. 

Entre 2011 e 2021, as empresas do bolsonarista celebraram 19 contratos com o governo federal. 

Nove contratos, que somam quase 20 milhões de reais, tinha como finalidade obras de saneamento nas terras indígenas Yanomami e Raposa Serra do Sol. 

Outros dizem respeito a atividades de transportes aéreos celebrados com a Secretaria Especial de Saúde Indígena para realizar voos nas retas indígenas de Roraima e do Amazonas. 

A soma de todos os contratos com o governo somam mais de 42 milhões de reais. 

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