Política
Quem é Chiquinho Brazão, o deputado supostamente citado na delação de Ronnie Lessa
Em janeiro, o ‘Intercept Brasil’ noticiou que Ronnie Lessa apontou, na mesma delação, Domingos Brazão, irmão de Chiquinho, como o mandante do assassinato de Marielle Franco


Em meio ao avanço das delações dos executores do assassinato de Marielle Franco, desponta como figura central na trama um novo nome, o do deputado Chiquinho Brazão (União Brasil). Seria ele a autoridade citada em delação premiada pelo ex-PM Ronnie Lessa, autor dos disparos que mataram a vereadora e o motorista Anderson Gomes.
(Atualização: ele foi preso neste domingo, 24 de março de 2024, pela PF em operação que mira os mandantes do assassinato)
Como foi citado por Lessa uma pessoa com foro por prerrogativa de função, os autos da investigação foram encaminhados ao Supremo tribunal Federal. A informação foi divulgada inicialmente colunista Guilherme Amado, do Metrópoles, com base no contato com fontes de dentro do STF. Outros veículos, como o Estadão, confirmaram o teor.
Ainda não se sabe até o momento o grau de envolvimento de Chiquinho Brazão no crime. No entanto, em janeiro, o site Intercept Brasil apontou que Lessa indicou na mesma delação como mandante do crime o irmão de Chiquinho, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas da União do Rio de Janeiro.
O nome do conselheiro surgiu pela primeira vez nas investigações do caso em 2019, por suspeitas de obstrução das investigações, e voltou à baila no fim do ano passado, em meio à delação premiada do ex-policial militar Élcio Queiroz, motorista que dirigiu o carro para Ronnie Lessa durante o assassinato.
Além de Lessa e Queiróz, Domingos Brazão aparecer no depoimento à Polícia Federal do miliciano Orlando Curicica sobre o Crime.
O reduto político da família Brazão fica em Jacarepaguá, na zona oeste carioca, zona dominada por milícias.
Com dois mandatos como deputado federal. Chiquinho Brazão foi eleito pela primeira vez para a Câmara dos Deputados em 2018. Em 2022, foi reeleito para o cargo. Antes de chegar a Brasília, foi vereador do Rio de Janeiro por 12 anos. O período inclui os dois primeiros anos de Marielle na Câmara, entre 2016 e março de 2018, ano em que ela foi assassinada.
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