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Putin não será preso se vier ao Brasil, diz Lula na Índia

Em março, o Tribunal Penal Internacional emitiu mandados de prisão contra o chefe do Kremlin

O presidente Lula durante a Cúpula do G20 na Índia. Foto: Ricardo Stuckert/PR
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O presidente Lula afirmou que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, não será preso se decidir visitar o Brasil. A declaração foi concedida em entrevista ao canal indiano Firstpost, no sábado 9.

Lula está em Nova Délhi para a Cúpula do G20, grupo do qual o Brasil se tornará presidente em dezembro. A presidência rotativa será brasileira até o fim de 2024, quando uma nova cúpula será realizada, no Rio de Janeiro. O encontro está previsto para ocorrer entre 18 e 19 de novembro do ano que vem.

Em março, o Tribunal Penal Internacional emitiu mandados de prisão contra o chefe do Kremlin por supostos crimes de guerra na Ucrânia. O Brasil é signatário do acordo que deu origem à Corte.

Na entrevista, Lula foi questionado se convidaria Putin para a reunião do G20 no Brasil.

“Eu acho que o Putin pode ir tranquilamente para o Brasil. Eu posso lhe dizer, se eu for o presidente do Brasil e ele for ao Brasil, não há por que ele ser preso“, afirmou o petista. “Ninguém vai desrespeitar o Brasil, porque tentar prender ele no Brasil é desrespeitar o Brasil. É preciso as pessoas levarem muito a sério isso.”

Lula também declarou que o Brasil “é 100% contra a invasão da integridade territorial de qualquer país”.

Os líderes do G20 reunidos na Índia condenaram no sábado o uso da força na Ucrânia para ganhos territoriais, sem menção à Rússia.

Segundo o documento, “todos os Estados” devem “se abster da ameaça ou uso da força para procurar a aquisição de territórios contrários à integridade territorial e à soberania ou à independência política de qualquer Estado”.

A declaração do G20 em Bali, no ano passado, citava uma resolução da ONU a condenar “a agressão da Federação Russa contra a Ucrânia”.

A Índia, anfitriã da Cúpula de 2023, andou na corda bamba durante a guerra. O país tem buscado um equilíbrio entre a sua tradicional aliança com Moscou, fornecedor da maior parte de suas importações de armas, e a sua adesão ao Quad, uma aliança de segurança com Austrália, Japão e Estados Unidos.

O governo ucraniano criticou a declaração da cúpula. “A Ucrânia agradece aos parceiros que tentaram incluir uma formulação mais firme no texto. Ao mesmo tempo, no que diz respeito à agressão da Rússia contra a Ucrânia, o Grupo dos 20 não tem nada do que se orgulhar“, declarou Oleg Nikolenko, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores.

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