PT espera apoio de Leite a Lula após virada sobre Onyx no Rio Grande do Sul

O PT do Rio Grande do Sul espera que o ex-governador Eduardo Leite (PSDB) faça algum gesto de apoio ao ex-presidente Lula (PT) que, nesta semana, visita o estado para eventos de campanha.

O tucano disputa o segundo turno contra Onyx Lorenzoni (PL) e, embora tenha saído atrás na primeira etapa da eleição, já aparece à frente do bolsonarista nas pesquisas realizadas até aqui.

Levantamento do Ipec (ex-Ibope) mostra Leite com 50% das intenções de voto contra 43% do candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). Já uma pesquisa do instituto Atlas aponta que o ex-governador tem 47,3%, ante 43,6% de Onyx.

O PT, oficialmente, não pediu expressamente voto em Leite no segundo turno, mas defendeu “o combate sem tréguas ao bolsonarismo no Brasil e no Rio Grande através dos seus representantes – portanto, nenhum voto a Onyx”. Integrantes do partido, como os ex-governadores Tarso Genro e Olívio Dutra, no entanto, declararam abertamente que votam no tucano na disputa contra o bolsonarista.

“O Leite manifestou publicamente que gostaria de ter uma conversa com o PT, mas a direção do PT está esperando que ele manifeste apoio a Lula para ter uma retribuição”, revelou Genro em conversa com CartaCapital nesta terça-feira 18. A avaliação no partido é que a liderança do tucano no segundo turno se deve à migração de votos de Edegar Pretto (PT), candidato derrotado ao governo do estado. Ele terminou na 3ª colocação.

“O que esperamos, para que não haja evasão dos votos [do PT] e se confirme a vitória do Leite, é que ele tenha a prudência de dizer que devemos votar no Lula porque é a defesa da democracia que está em jogo”, acrescenta Genro. “Com isso, ele sobe mais uns três pontos”.

Lula chega ao Rio Grande do Sul nesta quarta-feira 19 em busca de votos para ultrapassar Bolsonaro no estado. Um aceno de Leite ajudará na missão.

Pesquisa Atlas divulgada na segunda-feira 17 coloca o ex-capitão com 51,3% das intenções de voto, ante 47% do ex-presidente. No primeiro turno, o atual presidente teve 48,89% dos votos válidos contra 42,28% do petista, pouco mais de 438 mil de diferença.

Leia a íntegra da pesquisa: