Política

PT defende revogar a reforma trabalhista e ‘modernizar a legislação’

A sigla também propõe que os trabalhadores estejam ‘no mesmo patamar de negociação com os patrões e com o governo’

PT defende revogar a reforma trabalhista e ‘modernizar a legislação’
PT defende revogar a reforma trabalhista e ‘modernizar a legislação’
Foto: Ricardo Stuckert
Apoie Siga-nos no

O Diretório Nacional do PT decidiu propor a revogação da Reforma Trabalhista no programa da federação recém-aprovada com PCdoB e PV. O comando petista se reuniu na quarta-feira 13 e, entre outros pontos, chancelou a aliança nacional com o PSB e o nome de Geraldo Alckmin como vice na chapa encabeçada por Lula.

PCdoB e PV teriam de avalizar a sugestão antes de ela integrar um programa de governo.

A Reforma Trabalhista é considerada por petistas – e por amplas parcelas da esquerda – uma das mais amargas medidas aplicadas após o golpe de 2016, que permitiu a ascensão de Michel Temer. As mudanças foram aprovadas pelo Congresso Nacional em 2017, um ano depois de confirmado o impeachment de Dilma Rousseff.

Segundo Jilmar Tatto, secretário de comunicação do PT e membro do Diretório Nacional, a cúpula petista optou por propor uma revogação da Reforma Trabalhista e defender “um novo marco regulatório”, a fim de “modernizar toda essa legislação, de tal maneira que os trabalhadores se sintam protegidos do ponto de vista dos seus direitos”.

Tatto mencionou, em mensagem enviada a CartaCapital, que uma nova legislação deveria incluir “milhões de trabalhadores que hoje estão fora do mercado”, como os que atuam em home office e os que prestam serviços para aplicativos.

O PT também defende que os trabalhadores estejam “no mesmo patamar de negociação com os patrões e com o governo”. Para atingir esses objetivos, o partido entende ser necessário reverter as alterações impostas pela reforma de 2017.

Nesta quinta, Lula criticou a Reforma Trabalhista em evento que reuniu as principais centrais sindicais do País. Ele esteve ao lado de seu vice, o ex-tucano Geraldo Alckmin (PSB). De acordo com o ex-presidente, “a questão do emprego” será “uma obsessão” na campanha.

Lula mirou pontos específicos da reforma, como a instituição do trabalho intermitente, e rejeitou a glamourização do termo “empreendedor”.

“Não adianta dizer que vamos mudar tudo para ser o que era antes. Não queremos, queremos melhorar. Nós queremos adaptar a nova legislação trabalhista à realidade atual. Não queremos voltar a 1943, mas fazer um acordo com a realidade de 2023, de 2030”, afirmou. “O cidadão não pode carregar comida nas costas passando fome. Não somos contra o jovem querer trabalhar entregando comida de moto ou bicicleta, somos contra ele não ser respeitado como trabalhador.”

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo