Justiça

PT aciona a AGU contra Deltan por danos à Petrobras

Líder do partido na Câmara, Zeca Dirceu menciona negociações em que o procurador teria tratado com agentes americanos sobre dinheiro da estatal

O deputado federal cassado Deltan Dallagnol. Foto: Lula Marques/Agência Brasil
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O líder do PT na Câmara dos Deputados, Zeca Dirceu (PR), apresentou à Advocacia-Geral da União um requerimento de instauração de procedimento administrativo contra o ex-deputado federal Deltan Dallagnol, devido à sua atuação como procurador da força-tarefa de Curitiba da Lava Jato.

O petista solicita que a AGU investigue Deltan e outros 12 procuradores da operação por supostas “condutas indevidas” e “indícios de potencialidade de dano ao patrimônio da União e de estatal a ela vinculada, a Petrobras”. Além do ex-deputado, são alvos da representação:

  • Antônio Carlos Welter, procurador regional da República da 4ª Região;
  • Isabel Cristina Groba Vieira, procuradora regional da República da 4ª Região;
  • Januário Paludo, procurador regional da República da 4ª Região;
  • Felipe D’ella Camargo, procurador no município de Joaçaba (SC);
  • Orlando Martello, procurador regional da República da 3ª Região;
  • Diogo Castor de Mattos, procurador no município de Jacarezinho (PR);
  • Roberson Henrique Pozzobon, procurador no município de Guarapuava (PR);
  • Julio Carlos Motta Noronha, procurador no Paraná;
  • Jerusa Burmann Viecilli, procuradora no Rio Grande do Sul;
  • Paulo Roberto de Carvalho, procurador no Paraná;
  • Laura Gonçalves Tessler, procuradora no Paraná.

Dirceu aponta “desvio de funções constitucionais dos procuradores, ao assumirem o compromisso de desenvolver uma atividade de gestão orçamentária e financeira de recursos, por meio de uma fundação de direito privado, em situação absolutamente incompatível com as regras constitucionais e estruturantes da atuação do Ministério Público, bem como da usurpação de competência de órgãos do Poder Executivo no tema”.

O deputado menciona conversas em que Deltan Dallagnol teria tratado com autoridades dos Estados Unidos, em sigilo, sobre a divisão do dinheiro que seria cobrado da Petrobras em multas e penalidades por prática de corrupção. Dirceu destaca que a Controladoria-Geral da União não teria participado dessa negociação, apesar de ser o órgão competente por lei.

As informações foram reveladas nos sites UOLA Grande Guerra, em 20 de julho. Segundo os veículos, Dallagnol detalhou as negociações com os americanos em diálogos em um grupo de troca de mensagens formado por procuradores suíços e brasileiros, em 29 de janeiro de 2016. Os chats integram os arquivos apreendidos pela Polícia Federal na Operação Spoofing.

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