Política

PT abre mão de candidatura em Pernambuco e deve apoiar o PSB; impasse em São Paulo continua

O governador Paulo Câmara, que se reuniu com Lula, defende o nome do deputado Danilo Cabral como seu candidato a sucessor

Paulo Câmara e Lula. Foto: Reprodução
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O PT aceitou abdicar da apresentação de um candidato próprio ao governo de Pernambuco e deve apoiar o nome indicado pelo PSB, que já governa o estado. Trata-se de um avanço importante nas articulações entre as siglas para a formação de uma federação, que ainda contaria com PCdoB e PV, pelos próximos quatro anos.

A informação foi confirmada a CartaCapital por lideranças do PT.

O acerto também pavimenta o caminho para oficializar o apoio pessebista ao ex-presidente Lula – já sacramentado, seja via coligação ou federação.

O governador Paulo Câmara, que está no último ano de seu 2º mandato, defende o nome do deputado Danilo Cabral como candidato à sucessão. Câmara se reuniu nesta quinta-feira 3 com Lula em São Paulo.

Em janeiro, Lula já havia defendido que o PSB tem o direito de lançar candidato próprio em Pernambuco.

Assim, os petistas abrem mão de levar adiante a pré-candidatura do senador Humberto Costa, avalizada pela sigla em novembro do ano passado. A tendência é de que o PT aponte o candidato da aliança ao Senado.

A superação das divergências em Pernambuco, porém, não resolve por completo as pendências para a concretização da federação de centro-esquerda. Há estados em que PT e PSB batem o pé por candidaturas próprias, como São Paulo.

Para o pleito paulista, os petistas não consideram deixar de lançar lançar Fernando Haddad – líder das pesquisas sem o ex-governador Geraldo Alckmin – e os pessebistas insistem no nome de Márcio França.

O PT considera ter chances reais de chegar pela 1ª vez ao poder em São Paulo. Um trunfo seria o próprio Alckmin, que já indicou reservadamente a Haddad sua disposição de manter uma participação ativa na campanha petista rumo ao governo estadual. O ex-tucano planeja, inclusive, acompanhar Haddad em agendas.

Antes mesmo da reunião entre Lula e Câmara, a cúpula petista já avaliava que a construção da federação estava em fase avançada. A impressão foi compartilhada pela presidenta da sigla, Gleisi Hoffmann, com parlamentares na última terça-feira 1º.

Os partidos envolvidos na negociação olham com atenção para o início dos trabalhos do Supremo Tribunal Federal neste ano. A Corte analisará solicitações relacionadas às federações, como a extensão do prazo para oficializar as tratativas.

A princípio, o limite para formalizar uma federação é o início de abril, segundo determinação do ministro Luís Roberto Barroso, relator do processo no STF. O PT já pediu ao Tribunal a prorrogação do prazo.

“O que se pretende demonstrar é a dificuldade de as agremiações partidárias se adaptarem a tão curto período disponível para a sedimentação de todas as conversas necessárias à constituição de uma federação partidária. Não há dúvidas que, para os próximos pleitos, os prazos estipulados pela decisão na ação de controle de constitucionalidade, bem como a Resolução formulada por esse e. Tribunal são justos e bem coordenados junto ao cronograma eleitoral”, escreveu o partido.

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