PSOL apresenta condições para apoiar Lula já no 1º turno

Com a presença de lideranças de outros partidos, legenda divulgou um documento com 12 itens que pretende levar à mesa de negociações

O pré-candidato ao governo de SP Guilherme Boulos

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O PSOL apresentou nesta quarta-feira 16 um documento com 12 exigências que o partido pretende levar à mesa de negociações com o PT e outras legendas para a construção de uma aliança em torno do ex-presidente Lula já no primeiro turno contra o presidente Jair Bolsonaro.

Entre os principais pontos estão a revogação de reformas  – Previdência, Trabalhista e teto de gastos – feitas durante o governo do ex-presidente Michel Temer (MDB), uma política ambiental que trate de transição energética, adoção de regras de reajuste do salário mínimo e retomada do controle público da Petrobras, promoção de política de controle social sobre os “monopólios da grande mídia”.  Há, ainda, o pedido por uma reforma tributária.

Em entrevista coletiva, o presidente da legenda, Juliano Medeiros, reconheceu que o partido tem compromissos que são negociáveis, mas reforçou a necessidade de um “chamado para o diálogo” para um debate que, segundo ele, não tem se dado em torno de programas de governo.

“É um passo ousado. Uma espécie de provocação”, afirmou Medeiros. “Lula tem vocalizado medidas importantes, mas isso não é suficiente. É preciso envolver partidos, políticos e sociedade para superar o Bolsonaro e o seu legado”.

Antes do documento, Medeiros fez críticas à possibilidade do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin ser o vice de Lula. O dirigente partidário chegou a afirmar que a chapa era “descabida”. “Considero descabido ter um sujeito como Alckmin compondo uma frente das esquerdas“, declarou.


No entanto, dias depois, o dirigente partidário admitiu que o “elemento Alckmin não necessariamente vai inviabilizar essa construção” de uma aliança.

O partido criou uma comissão para tratar das negociações com o PT. Além do presidente da sigla, o pré-candidato do partido ao governo de São Paulo, Guilherme Boulos, e a deputada federal Talíria Petrone, do Rio de Janeiro, compõem o grupo.

“A unidade é o ponto de partida fundamental para que a gente derrote o Bolsonaro”, declarou Boulos no evento. “Temos a tarefa de começar também a derrota do bolsonarismo. E essa é uma discussão programática”.

A união, por enquanto, não leva em conta as candidaturas aos governos estaduais.

O evento contou com a presença da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, com o pré-candidato do PSB ao governo do Rio de Janeiro, Marcelo Freixo, o deputado Alessandro Molon (PSB) e representantes do PCdoB, como Orlando Silva e Jandira Feghali.

“A revogação das reformas é o ponto número um”, afirmou a petista. “Deram errado”.

Gleisi também usou o discurso para justificar a busca por alianças além da esquerda.

Leia os 12 pontos que constam no documento do PSOL.

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