O presidente do Solidariedade, deputado Paulinho da Força (SP), reforçou nesta segunda-feira 10 o convite de filiação ao ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin. Desta forma, a legenda, que deve apoiar Lula (PT) nas eleições presidenciais em outubro, poderia ter o cobiçado posto de vice na chapa.
Paulinho e Alckmin se reuniram em uma padaria de São Paulo para dar andamento a uma negociação que teve início em dezembro. O encontro desta segunda foi motivado pela informação, divulgada no fim da semana passada, de que o ex-tucano sinalizou ao presidente do PSD, Gilberto Kassab, que concorrer ao governo paulista não seria o seu desejo neste ano.
A CartaCapital, Paulinho da Força explicou que também pesam em sua decisão de convidar Alckmin as “exigências” feitas ao PT pelo PSB, que despontou com favoritismo na corrida para filiar o ex-governador paulista. Segundo o presidente do Solidariedade, o PT “não consegue cumprir” o que pessebistas demandaram.
O principal tema do diálogo desta segunda foi a economia.
“Ele [Alckmin] fez uma avaliação sobre a situação econômica do Brasil, a situação do País internacionalmente, a dificuldade de captação de recursos. Falou bastante, pela primeira vez, sobre crise econômica, desemprego, recessão, as pessoas passando fome. Ele acha que esse será o grande tema da eleição”, disse Paulinho, que vê a confirmação de Alckmin como candidato a vice-presidente na chapa petista como um impulso capaz de levar Lula à vitória ainda no 1º turno.
“A alternativa do Solidariedade é interessante para ele. Somos um partido de pequeno para médio e, de certa maneira, tem uma tranquilidade para ele poder fazer essas conversações com o PT e com o Lula”, avalia o deputado paulista.
Na conversa, segundo Paulinho, Alckmin não se demonstrou incomodado com recentes declarações de lideranças petistas contra o teto de gastos e em defesa da revogação de reformas, como a trabalhista. Disse, porém, “que queria entender um pouco a questão”.
“Ele tem muita relação com os sindicatos, principalmente da Força Sindical. E eu disse a ele que a Força Sindical e a CUT, em nenhum momento das conversações com Lula nos últimos tempos, exigiram dele a revogação da reforma trabalhista ou a volta do imposto sindical. Queremos aperfeiçoar alguns pontos da reforma”, narrou Paulinho da Força. De acordo com ele, as centrais demandam “liberdade de negociação e as assembleias sindicais serem soberanas sobre tudo”.
Questionado sobre estimativa para obter uma resposta definitiva de Alckmin, Paulinho preferiu não cravar o capítulo final.
“Não trabalhamos com data, porque a data-limite é 3 de abril. A data é mais dele do que nossa. A gente vai continuar dialogando”, acrescentou. Independentemente do desfecho das tratativas com Alckmin, ponderou, “a tendência do Solidariedade é apoiar Lula”.
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