Política

Proposta da Defesa para barrar militares da ativa na política chega ao Palácio do Planalto

Conforme o texto, militares que disputarem uma eleição serão compulsoriamente enviados para a reserva

Proposta da Defesa para barrar militares da ativa na política chega ao Palácio do Planalto
Proposta da Defesa para barrar militares da ativa na política chega ao Palácio do Planalto
O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro. Foto: Douglas Magno/AFP
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O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, entregou ao Palácio do Planalto uma proposta que obriga militares da ativa a se desvincularem das Forças Armadas ao decidirem participar da política. A informação foi revelada nesta quinta-feira 16 pelo G1 e confirmada por CartaCapital.

Conforme o texto, militares que disputarem uma eleição serão compulsoriamente enviados para a reserva. Se não tiverem atingido o tempo mínimo necessário para entrar na reserva, serão desligados da Força em que servem.

A proposta, construída em conjunto por Defesa, Exército, Marinha e Aeronáutica, foi levada ao ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Os passos seguintes envolvem o aval do presidente Lula (PT) e a apresentação da matéria ao Congresso Nacional.

Nova polêmica

O ministro Francisco Joseli Parente Camelo, que assumirá nesta quinta a presidência do Superior Tribunal Militar, chamou de “revolução” o golpe militar de 1964, a impor uma ditadura da qual o Brasil só sairia em 1985.

Ele tomará posse em cerimônia que deve contar com as presenças do presidente Lula e do presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes. Os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também são aguardados.

“Em 64, tivemos a revolução e tivemos os governos militares. Tivemos o primeiro Ato Institucional, em 65 tivemos o Ato Institucional nº 2, que amplia a competência da Justiça Militar. A Justiça Militar, em 1965, passou, além dos crimes definidos em lei, a julgar os crimes contra a segurança nacional”, disse Camelo à GloboNews. “Então, por isso há um certo preconceito contra Justiça Militar, porque deu muita visibilidade.”

Atualmente, prosseguiu o ministro, o STM julga “apenas crimes militares definidos em lei, não julga crimes contra a segurança nacional ou crimes políticos”.

O novo presidente do tribunal também defendeu que militares que desejam se candidatar a cargos públicos devem ir para a reserva, “ganhando proporcional”. Ele mencionou o caso do general Eduardo Pazuello, que, enquanto militar da ativa do Exército, participou de um ato político com o então presidente Jair Bolsonaro (PL) no Rio de Janeiro, em 2021.

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