Política

PRF quer pagar curso de R$144 mil para diretor-geral enquanto falta verba para arrumar viaturas

Corporação limitou serviços de manutenção dos veículos ao mesmo tempo em que empenhou o valor para mandar Silvinei Vasques, alvo de investigações, para a Espanha e para o Chile

O ex-diretor-Geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques (Foto: EBC)
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A Polícia Rodoviária Federal pretende bancar um curso de 144 mil reais na Espanha e no Chile para Silvinei Vasques, diretor-geral da corporação e alvo de investigações pela sua conduta durante as eleições. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo desta segunda-feira 21.

O empenho prevê um gasto de 122,8 mil reais em diárias e outros 21,9 mil em passagens aéreas para Vasques se deslocar aos dois países. Ao todo, serão três viagens, sendo a primeira delas em fevereiro de 2023 para Madrid. A segunda etapa ocorre em Santiago, em junho de 2023, e a última em outubro novamente em Madrid.

O pedido da viagem, segundo o jornal, ocorreu há cerca de dois meses e foi autorizado por Daniel Souto, diretor-executivo substituto da PRF. O processo  é sigiloso e, para ser concluído, ainda falta a autorização final de Anderson Torres, ministro da Justiça. Vasques e Torres, vale dizer, são aliados de primeira ordem.

O gasto chama ainda mais a atenção por ocorrer no momento em que a PRF ordenou que os serviços de manutenção em viaturas sejam limitados por falta de recursos. A decisão partiu da direção-geral, comandada por Vasques, segundo um um ofício enviado às unidades no último dia 11, ao qual a GloboNews teve acesso.

Conforme a Divisão de Frota aponta no ofício, todo serviço de manutenção considerado não essencial em qualquer veículo da PRF precisará ser aprovado pela Direção-Geral antes de ser feito. A justificativa para a medida são ‘as limitações de orçamento’.

A aprovação do curso no exterior também chama a atenção pelo fato de Vasques ser alvo de investigações por sua atuação durante as eleições. No segundo turno, a PRF, sob sua liderança, realizou uma série de operações em municípios em que Lula tinha vantagem eleitoral.

Desde então, Vasques ‘submergiu’, conforme destaca a reportagem. Ele apagou as suas redes sociais, onde mantinha diversas fotos e elogios a Bolsonaro e pelas quais chegou a pedir voto para o ex-capitão. Pela ação, ele também é alvo de um pedido de afastamento feito pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. Após o pedido, Vasques entrou de férias.

Procurada pelo jornal, a PRF disse ainda não ter autorizado o pagamento do curso. “Reiteramos que não há nenhum documento no Ministério da Justiça, pois o processo ainda está em fase de instrução e será de responsabilidade do próximo diretor-geral eventual custo e deslocamento para o curso”, diz a nota. A corporação defende, porém, que o curso já foi realizado por outros diretores da PRF. O Ministério da Justiça não comentou.

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