Política
Presidente do partido de Bolsonaro reconhece que não há sala secreta no TSE; veja o vídeo
O dirigente partidário, o ministro da Defesa, representantes das campanhas e fiscalizadores das eleições visitaram o tribunal nesta quarta
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, reconheceu nesta quarta-feira 28 que não há sala secreta no Tribunal Superior Eleitoral, ao contrário do que diz o candidato do seu partido à reeleição, o presidente Jair Bolsonaro (PL).
Junto com o ministro da Defesa, Paulo Sergio Nogueira, integrantes de entidades fiscalizadoras das eleições e de representantes das campanhas dos presidenciáveis, o dirigente partidário visitou a sala de totalização de votos do tribunal.
“Não tem mais [sala secreta], tudo aberto”, respondeu Valdemar quando perguntando sobre a sala.
Durante o encontro, o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, reforçou que a sala não é “secreta e nem escura”.
“Nós realizamos hoje uma visitação à sala de totalização exatamente para mostrar o que já é óbvio, mas sempre é importante atuar com transparência, com lealdade a todos aqueles que fazem esse processo eleitoral para demonstrar que é uma sala como vocês puderam ver”, disse o ministro. “É uma sala aberta, é uma sala clara. Não é nem sala secreta, nem sala escura”.
Moraes disse ainda que “a apuração é transparente, auditável e fiscalizada por todos aqueles que estão inscritos”.
Na terça-feira 27, Bolsonaro voltou a atacar Moraes durante live nas redes sociais, após o magistrado determinar a quebra do sigilo telemático do assessor da Presidência tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid. Com a medida, vieram a público despesas da primeira-dama Michelle Bolsonaro que teriam sido pagas por Cid.
“Alexandre, você mexer comigo é uma coisa. Você mexer com a minha esposa, você ultrapassou todos os limites, Alexandre de Moraes. Todos os limites”, esbravejou Bolsonaro. “Você está pensando o que da vida? Que você pode tudo e tudo bem? Você um dia vai dar uma canetada e me prender? É isso que passa pela sua cabeça?”.
Na segunda 26, a Folha de S.Paulo noticiou que a Polícia Federal encontrou movimentações financeiras suspeitas a partir do telefone do tenente-coronel. A desconfiança apresentada pela PF levou Moraes a autorizar a quebra do sigilo bancário de Cid, a pedido da corporação.
O presidente, nesta semana, também ameaçou questionar o resultado da eleição. Durante entrevista à RecordTV, o ex-capitão foi indagado sobre o que faria em caso de derrota. Ele tornou a afirmar que entregaria a faixa, “sem problema nenhum”, em “eleições limpas”.
Ante uma pergunta sobre como chegaria a essa conclusão sobre “justiça” na votação, declarou que “assim como você não tem hoje em dia como comprovar um processo eleitoral, o outro lado não tem como comprovar que ele foi sério também”.
O objetivo do TSE com a visita desta quarta, a quatro dias do primeiro turno, é enfraquecer o discurso de fraude que é alimentado por Bolsonaro e aliados. No dia 2 de outubro, a partir das 16h30, os representantes das entidades terão acesso à sala de totalização.
A lista dos presentes:
Ministro da Defesa, General Paulo Sergio Nogueira de Oliveira
General Vergara
Coronel Marcelo Nogueira de Sousa
Coronel Wagner Oliveira da Silva
CF Marcus Rogers Cavalcante Andrade
Dr. Paulo Gonet, Vice-Procurador-Geral Eleitoral
Dr. Beto Simonetti, Presidente do Conselho Federal da OAB
Partidos Políticos
Ministro Eugênio Aragão, Luiz Gustavo e Guilherme (representando o presidenciável Lula/PT)
Valdemar Costa Neto e Carlos Rocha (representando o presidenciável Bolsonaro/PL)
Renato Oliveira Ramos (representando a presidenciável Simone Tebet/MDB)
Ezikelly Barros (representando o presidenciável Ciro Gomes/PDT)
Barbara Lobo do Amaral (representando a presidenciável Soraya Thronick/União Brasil)
Gustavo Mascarenhas Lacerda Pedrina e Luiz Gustavo Pereira da Cunha (representando o presidenciável Padre Kelmon/PTB)
À esquerda, o ministro da Defesa e à direita o presidente do TSE, Alexandre de Moraes. Foto: Alisson Matos
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