Política

Presidente da CNI é preso em operação de combate à corrupção

Ação da PF expõe 17 anos de fraudes em convênios do Sistema S com o Ministério do Turismo

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Robson Andrade, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), foi preso na manhã desta terça-feira 19 em operação da Polícia Federal, em São Paulo. Batizada Fantoche, a ação contou com a participação do Tribunal de Contas da União (TCU) e desarticula um esquema de corrupção que envolvia contratos das empresas do Sistema S com o Ministério do Turismo.

Foram cumpridos 40 mandados de busca e apreensão e 10 de prisão temporária, nos estados de PE, MG, SP, PB, DF, MS e AL. O presidente da CNI terá prisão temporária durante cinco dias. Também foi autorizado o bloqueio de bens e valores dos investigados.

A Confederação Nacional da Indústria, além de atuar em articulação com os três poderes, é responsável por toda a representação da indústria no Brasil. Robson de Andrade é presidente da empresa desde 2010, e na última eleição interna, em 2018, foi reeleito para se manter no cargo até 2022.

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A operação da PF investiga um grupo de empresas que, sob o controle de um mesmo núcleo familiar, atuava desde 2002 executando contratos firmados por meio de convênios com o Ministério do Turismo e as entidades paraestatais pertencentes ao Sistema S. É estimado que os envolvidos já tenham recebido mais de R$ 400 milhões decorrentes desses contratos.

Para justificar os contratos e convênios direto com o Ministério do Turismo e o Sistema S, o grupo utilizava entidades do direito, sem fins lucrativos, como empresas de fachada. Os contratos se apresentavam como produções de eventos culturais e de publicidade, sempre superfaturados.

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Em nota, a CNI disse estar ciente da prisão temporária de seu presidente e afirmou que “não teve acesso à investigação e acredita que tudo será devidamente esclarecido” e que “está à disposição para oferecer todas as informações que forem solicitadas pelas autoridades.”

Foram presos também Francisco Gadelha, presidente da Federação das Indústrias da Paraíba, Ricardo Essenger, presidente da Federação da Indústria de Pernambuco e José Carlos de Andrade, da Federação de Indústrias de Alagoas.

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