Política

Por que o apoio de Zema a Bolsonaro não tira o favoritismo de Lula em MG, segundo o PT

No estado, o petista recebeu 48,29% dos votos contra 43,60% de Bolsonaro

Foto: Ricardo Stuckert
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O PT de Minas Gerais minimizou o apoio do governador reeleito no estado, Romeu Zema (Novo), ao presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciado nesta terça-feira 4. O chefe do Executivo mineiro afirmou que acredita mais no projeto do do ex-capitão do que nas propostas de Lula (PT).

Para o deputado estadual Cristiano Silveira, presidente estadual do PT-MG, o anúncio do governador  não altera o cenário que, no primeiro turno, foi favorável a Lula no estado. O ex-presidente recebeu 48% dos votos contra 43% de Bolsonaro.

“Não muda nada. Essa vinculação de Zema a Bolsonaro nós já fazíamos durante a campanha”, declarou o dirigente partidário a CartaCapital. “Tanto que o candidato dele ao Senado, Marcelo Aro, não ficou nem em segundo lugar. Ele também não elegeu nenhum deputado federal do Novo e só fez dois deputados estaduais”.

Silveira contesta a capacidade de transferência de votos do governador e usa como exemplo o desempenho do PT no estado, que conseguiu eleger a maior bancada para a Assembleia Legislativa.

O objetivo agora, segundo o dirigente partidário, é ampliar a vantagem que Lula teve sobre Bolsonaro em Minas: o petista somou 5.802.571 contra 5.239.264 de Bolsonaro. Para isso, o ex-presidente deve visitar o estado mais de uma vez até a data marcada para o segundo turno. “Queremos falar com os eleitores do Ciro, com os da Simone e queremos conversar com lideranças do mundo político mineiro que talvez não tenham se posicionado ainda”.

Embora não oficializado, o apoio de Zema a Bolsonaro no primeiro turno ficou explicito para os eleitores mineiros, avalia o deputado federal reeleito Rogério Correia (PT-MG). “O candidato que oficialmente seria do Bolsonaro, que é o Carlos Viana, praticamente não teve voto”, lembra o parlamentar.

O bolsonarista foi opção de menos de 800 mil mineiros, enquanto Zema somou mais de 6 milhões de votos. O nome apoiado por Lula, o ex-prefeito Alexandre Kalil (PSD), terminou a disputa com 3,8 milhões.

Minas, que é o segundo maior colégio eleitoral do País, é vista como estratégica para a eleição nacional. Desde 1989, o presidente eleito é o que leva mais votos no estado. Os mineiros, lembra Silveira, não costumam seguir um padrão na escolha dos candidatos.

“O mineiro tem uma forma peculiar de cruzar votos”, diz ao citar que nesta eleição os escolhidos para presidente, governador e senador no estado não eram da mesma coligação. “O povo de Minas entendeu que o melhor para o Brasil é o Lula, preferiu a continuidade do Zema e entendeu que o o Cleitinho [apoiado por Bolsonaro] seria a melhor opção para o Senado”.

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