Justiça
Por que Moraes decidiu estender a investigação contra Luciano Hang e Meyer Nigri
No mesmo despacho, o ministro do STF arquivou a apuração contra outros seis empresários bolsonaristas por mensagens golpistas
O ministro Alexandre de Moraes decidiu prorrogar por 60 dias uma investigação contra os empresários Luciano Hang, da Havan, e Meyer Nigri, da Tecnisa, no caso das mensagens de cunho golpista trocadas via WhatsApp em 2022.
Na mesma decisão, ele arquivou a apuração contra outros seis empresários bolsonaristas:
- Afrânio Barreira Filho, do Coco Bambu;
- André Tissot, da Sierra Móveis;
- Ivan Wrobel, da W3 Engenharia;
- José Isaac Peres, da Multiplan;
- José Koury, do Barra World Shopping; e
- Marco Aurélio Raymundo, da Mormaii.
No caso de Nigri, segundo um relatório da Polícia Federal, “ficou robustecido existir uma relação entre a família do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro o empresário”. A corporação diz ser necessário continuar as diligências, uma vez que o vínculo com o ex-capitão parecia ter “a finalidade de disseminação de várias notícias falsas e atentatórias à democracia e ao Estado Democrático de Direito”.
A PF anexou ao relatório um diálogo mantido por Bolsonaro e Nigri no WhatsApp no qual o então presidente fazia acusações e atribuia ao ministro do STF Luís Roberto Barroso uma “interferência” para derrubar a PEC do Voto Impresso no Congresso Nacional. Flertava, ainda, com alegações infundadas de suposta fraude na eleição.
“Repasse ao máximo”, dizia, em caixa alta, a ordem de Bolsonaro para Nigri. O empresário, então, respondeu: “Já repassei para vários grupos!”.
Quanto a Luciano Hang, o relatório da PF diz ser preciso extrair e analisar o material apreendido em seu celular, uma vez que o dono da Havan não teria fornecido as senhas. A perícia técnica ainda trabalha na identificação das chaves para acessar o aparelho.
Em agosto de 2022, por ordem de Moraes, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão contra os oito empresários após identificar conversas em defesa de um golpe de Estado para impedir a posse de Lula caso o petista derrotasse Jair Bolsonaro na eleição.
Um minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.