Política

Por que a Assembleia de SC desistiu de conceder título de cidadão a Bolsonaro

Honraria seria votada nesta quinta-feira, mas foi retirada de pauta pelos deputados

O ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Evaristo Sá/AFP
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A Assembleia Legislativa de Santa Catarina retirou de pauta a votação que poderia conceder o título de cidadão catarinense ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

A proposta seria votada nesta quinta-feira 14, mas foi retirada de pauta. Apesar de já ter sido aprovada na Comissão de Cidadania e Justiça da Casa, a honraria esbarra em um impedimento legal. 

Desde 2020, vigora em Santa Catarina uma lei que proíbe que políticos inelegíveis sejam homenageados com o título.

Entre os critérios previstos para a honraria estão: “elevado espírito público”, “virtudes éticas” e “atuação destacada em benefício da sociedade catarinense”.

Uma emenda do dispositivo legal, editada em 2021, coloca a inelegibilidade como impedimento para a homenagem. 

A mesma lei serviu de base para impedir que o título de Cidadão Catarinense fosse dado a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), à época preso e condenado, o que acarretava, naquela ocasião, em inelegibilidade. 

O relator da proposta que concede o título ao ex-capitão é o deputado estadual Oscar Gutz (PL).

Como justificativa à honraria, o autor enumera os feitos da gestão bolsonarista, como a “defesa dos valores cristão e da família”, a advocacia pela redução da maioridade penal e a facilitação do porte de arma de fogo. 

O texto ainda elogia os esforços praticados por Bolsonaro na condução do País durante da pandemia da Covid-19. Segundo o autor, o ex-presidente teria destinado recursos milionários ao estado. 

A proposta foi protocolada na Assembleia após o Tribunal Superior Eleitoral declarar a inelegibilidade de Bolsonaro, em 30 de junho. 

Santa Catarina é considerado um dos estados mais bolsonaristas do País. No segundo turno das eleições presidenciais de 2022, Jair Bolsonaro obteve 69,27% dos votos no estado, ante 30,73% de Lula. Atualmente, Santa Catarina é comandado pelo bolsonarista Jorginho Mello (PL).

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