Educação
Santa Catarina retira de escolas livros sobre regimes autoritários e nazismo; secretaria alega ‘redistribuição’
Ao todo, nove obras devem ser retiradas de circulação das escolas estaduais

A Secretaria de Educação de Santa Catarina determinou nesta terça-feira 7 que nove livros seja retirados de escolas de Florianópolis e armazenados em “local não acessível à comunidade escolar”.
Entre as obras, estão livros como “Laranja Mecânica”, que aborda regimes autoritários e “O Diário do Diabo”, crítico a Alfred Rosenberg, figura importante do círculo íntimo de Adolf Hitler. O livro “A Química Entre Nós”, que retrata um romance entre duas adolescentes também integra a lista.
Procurada por CartaCapital, a Secretaria de Educação negou a censura e alegou que se trata de uma redistribuição das obras dentro da rede estadual.
“A Secretaria de Estado da Educação (SED), por meio da Coordenadoria Regional de Educação de Florianópolis, informa que está redistribuindo alguns dos títulos das bibliotecas das unidades escolares da região, buscando melhor adequar as obras literárias às faixas etárias das diferentes modalidades oferecidas na rede estadual de educação”.
A pasta, porém, não informou sobre o destino dos livros e nem quando essa redistribuição será feita.
Leonel Camasão (PSOL-SC), vereador suplente em Florianópolis, criticou a medida e denunciou a iniciativa ao Ministério Público de Santa Catarina.
No documento que demanda a retirada dos livros, a pasta afirma aos gestores das escolas que “em breve enviaremos novas orientações”.
Ainda no comunicado, a secretaria pede a retirada das obras “Donie Darko”, de Richard Kelly; “Coração Satânico”, de William Hjortsberg; “Lorraine Warren. Demonologistas. Arquivos Sobrenaturais”, de Gerald Brittle; “Exorcismo”, de Thomas B. Allen; “It: A Coisa”, de Stephen King e “Os 13 Porquês”, de Jay Ascher.
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