Justiça

PGR tenta reverter ordem de Toffoli que anulou atos da Lava Jato contra Marcelo Odebrecht

Para o procurador-geral da República, Paulo Gonet, é ‘descabido’ levar o caso diretamente ao STF

PGR tenta reverter ordem de Toffoli que anulou atos da Lava Jato contra Marcelo Odebrecht
PGR tenta reverter ordem de Toffoli que anulou atos da Lava Jato contra Marcelo Odebrecht
Ministro Dias Toffoli na última sessão plenária deste ano judiciário de 2021. Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF
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A Procuradoria-Geral da República recorreu nesta terça-feira 4 contra a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli que anulou todos os atos da Lava Jato contra o empresário Marcelo Odebrecht.

Ao acolher a solicitação da defesa do executivo, Toffoli afirmou ter havido um conluio entre magistrados e procuradores que integraram a operação. Além disso, avaliou que eles “adotaram medidas arbitrárias na condução dos processos” contra Marcelo.

Para o procurador-geral da República, Paulo Gonet, porém, é “descabido” levar o caso diretamente ao STF.

O chefe do Ministério Público Federal enfatizou que o acordo de colaboração premiada de Marcelo foi firmado com a PGR e homologado pelo STF, não pela 13ª Vara Federal de Curitiba (PR). Assim, as críticas à força-tarefa não deveriam servir para sustentar a anulação de atos da Lava Jato contra o empresário.

“A admissão de crimes e os demais itens constantes do acordo de colaboração independem de avaliação crítica que se possa fazer da Força Tarefa da Lava-Jato em Curitiba”, escreveu o procurador-geral.

Na prática, Marcelo Odebrecht pediu a Toffoli a extensão de uma decisão que favoreceu o presidente Lula (PT) na Lava Jato. Para a PGR, contudo, “há notável distância” entre os dois casos.

Apesar de anular processos e inquéritos contra o executivo, Toffoli preservou sua delação premiada. Isso, na avaliação de Paulo Gonet, fortalece o recurso pela reversão da decisão do ministro.

“Se o acordo de colaboração não pode ser tido como nulo (…), não há [de se] falar em nulidade dos atos processuais praticados em consequência direta das descobertas obtidas nesse mesmo acordo”, argumenta o MPF.

Gonet pediu a Toffoli a reconsideração de sua ordem ou a análise do recurso pelo plenário do Supremo. Não há um prazo definido para o ministro se manifestar sobre a solicitação.

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