A Procuradoria-Geral da República pediu ao Supremo Tribunal Federal a tomada de depoimento do ex-presidente da Petrobras Roberto Castello Branco. A solicitação ocorreu nesta segunda-feira 4 e busca esclarecer possíveis interferências de Jair Bolsonaro (PL) na empresa.
O pedido se baseia em uma troca de mensagens entre Castello Branco e o ex-presidente do Banco do Brasil Rubem Novaes em um grupo privado. Na conversa, Castello Branco disse ter devolvido um celular à Petrobras com mensagens que poderiam incriminar Bolsonaro. Novaes também teve seu nome incluído na lista de pedidos de depoimentos.
Após a revelação do diálogo, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) procurou o STF para que uma investigação fosse aberta. O tribunal, por sua vez, cobrou que a PGR se manifestasse sobre o caso. Ao que Lindôra Araújo, vice-procuradora-geral, respondeu:
“Os elementos apresentados até o presente momento não comportam convicção ministerial suficiente para a instauração da investigação pleiteada. Todavia, o diálogo mantido e de teor não negado pelos interlocutores suscita maiores esclarecimentos que podem nortear providências investigativas não açodadas ou temerárias.”
A intenção da PGR com o depoimento é esclarecer pontos levantados pelo diálogo de Castello Branco e Novaes, em especial quais crimes teriam sido cometidos por Bolsonaro.
Ela também quer compreender em quais trechos da conversa estariam as comprovações destes crimes e esclarecer datas e circunstâncias das mensagens trocadas. A intenção também é entender os motivos do ex-chefe da Petrobras para não ter denunciado os supostos crimes às autoridades competentes.
Já Novaes terá de esclarecer o contexto e os detalhes da troca de mensagens que citam os supostos crimes, além de apresentar o histórico de conversas com Castello Branco.
Confira a íntegra da manifestação da PGR:
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