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Petróleo, economia, política externa: as pistas deixadas por Lula na ‘Time’

Há mais pontos importantes da longa entrevista do que os destacados pela imprensa e nas redes sociais

(Foto: Luisa Dorr/TIME)
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Nas redes sociais, o belo retrato de Lula na capa da Time enleva lulistas e a enfurece bolsonaristas. A imprensa, por sua vez, destacou o que pensa ele sobre a invasão russa à Ucrânia – ou melhor, suas taxativas críticas a Volodymyr Zelensky.

Há, porém, pontos mais importantes da longa entrevista, que dão pistas sobre o que esperar de um retorno de Lula ao Planalto.

O ex-presidente minimizou as dúvidas a respeito da política econômica – já fora presidente duas vezes, argumentou – deixando no ar as diretrizes que poderiam guiar um futuro governo.A gente não discute política econômica antes de ganhar as eleições. Primeiro você precisa ganhar para depois saber com quem você vai compor e o que você vai fazer.

Também foram diáfanas as respostas ao dilema ambiental que cerca o petróleo, pedra incontornável da economia brasileira. Mencionando uma proposta do presidenciável colombiano Gustavo Petro, que defende a criação de um bloco que deixe de buscar mais fontes de petróleo, a repórter Ciara Nugent perguntou se, com ele, o Brasil se uniria a esta concertação. Lula desconversou: “Enquanto você não tiver energia alternativa, você vai utilizar a energia que você tem. Isso vale para o Brasil e vale para o mundo inteiro. (…) O que você pode estabelecer é um plano de longo prazo para você diminuir [o consumo de petróleo] na medida em que você vai criando alternativas. Não dá para imaginar que os Estados Unidos vão parar de utilizar petróleo do dia para a noite, ou qualquer país.”

​​Em matéria de política externa, as respostas são mais claras. Lula lamentou o ocaso da ONU (“É preciso que a gente reconstrua a ONU, coloque mais países, envolva mais pessoas”) e destacou o pacifismo como o grande trunfo diplomático do país: “O Brasil vai virar protagonista internacional, porque a gente vai provar que é possível ter um mundo melhor“. Fica evidente o desejo de restabelecer a relevância internacional que o Brasil experimentou durante a era petista.

 

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