Política

Parte do agro percebeu que Bolsonaro é péssimo negócio, diz Marina Silva

Para a ex-ministra do Meio Ambiente, o Brasil não pode ficar trancado do lado de fora da conjuntura internacional de politicas ambientais

Foto: Wanezza Soares
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A ex-ministra do Meio Ambiente e agora deputada eleita Marina Silva, em entrevista ao UOL, apontou os rumos da política ambiental do novo governo eleito e detalhou como o presidente derrotado Jair Bolsonaro (PL) lidou com o tema durante quatro anos. 

Para ela, o Brasil se tornou pária mundial no que diz respeito a proteção ambiental e implementação de políticas sustentáveis. 

Com isso, diversos investimentos e contratos foram perdidos pelo País por não haver compromisso com a questão climática e de preservação da biodiversidade.

Marina afirma ainda que mesmo setores mais tradicionais, como do agronegócio, entende a necessidade de implementação de políticas verdes, para continuar sendo competitivo com outros mercados. 

“Acho que uma parte do agronegócio está percebendo que essa prática do Bolsonaro e do bolsonarismo é um péssimo negócio”, declarou ao site. “Não ter finalizado o acordo com o Mercosul é um péssimo negócio”.

Na avaliação da deputada eleita, sob o governo Bolsonaro, o Brasil deixou de se integrar às cadeias produtivas globais. 

“Quem quiser continuar competindo pelo caminho de baixo, da ilegalidade, da violência, da destruição do meio ambiente, de não ter compromisso com a questão climática e de preservação da biodiversidade, vai ficar trancado pelo lado de fora”, alertou.  A ex-ministra, apesar de reconhecer a importância do agronegócio para o Brasil, pondera que os interesses do setor não podem ser a única prioridade do governo federal. 

“Eles não podem sequestrar os interesses econômicos, sociais e ambientais do Brasil. Por isso o diálogo e a mediação serão necessários. Se trata de uma transição”, disse. “Ninguém vai tornar a agricultura de baixo carbono num estalar de dedos, assim como não se consegue tornar limpa a matriz energética americana, chinesa e europeia num estalar de dedos. Há um espaço de transição”. 

Ela citou também a importância de investimento federal para ajudar pequenos produtores no processo de transformação, e critica a descontinuidade dos projetos implementados em sua gestão da Pasta pelo governo Bolsonaro. 

De acordo com a deputada, o cenário atual de destruição ambiental é muito mais grave hoje, do que quando Lula assumiu seu primeiro mandato. 

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