Política

Parte da Polícia Federal se entregou a Bolsonaro, diz Ciro: ‘Só a influência e a podridão explicam”

Em entrevista a José Luiz Datena, o pedetista afirmou ainda que não há indícios materiais de fraudes ou desvios na construção do Castelão

Foto: Reprodução
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Após ter seu nome envolvido em uma operação da Polícia Federal que apura supostos desvios na construção do estádio Castelão, no Ceará, entre 2010 e 2013, Ciro Gomes (PDT) voltou a se defender e acusar Jair Bolsonaro (PL) de usar a PF para persegui-lo.

Segundo afirmou em entrevista ao apresentador José Luiz Datena nesta quarta-feira 15, não há nenhuma outra explicação para o envolvimento do seu nome no caso, uma vez que não ocupava cargo público durante os supostos desvios.

“Eu não quero ser acobertado, quero ser investigado severamente. Não sou nenhum cidadão acima da lei, mas o delegado me lista para o juiz como autoridade pública. Caramba, se você for no Google, é obrigação do delegado ver isso, que cargo eu ocupava em 2010 para ser arrolado como agente público? Não ocupava cargo nenhum”, questiona Ciro.

“Só a influência e a podridão de Bolsonaro e a tentativa dele de entrar nas instituições públicas é que explica isso, nada mais explica”, acrescenta o pedetista. Para ele, parte da PF ‘claramente se entregou ao Bolsonaro e está se prestando a qualquer tipo de serviço sujo’ determinado pelo ex-capitão.

Ele diz ainda que não há indícios materiais de que tenham ocorrido fraudes ou desvios, já que o estádio foi o mais barato construído na ocasião, com pagamento direto do BNDES e não do governo cearense. Acrescentou ainda ainda que os delatores do caso sequer o conheciam.

Sobre o envolvimento do seu irmão Cid Gomes (PDT), que era governador do Ceará na ocasião, o presidenciável foi enfático ao afirmar que não há qualquer prova que indique o ele tenha recebido qualquer vantagem

“Não existiu o fato [fraude e propina]. Eu boto a mão no fogo pelo meu irmão”, afirmou Ciro.

O presidenciável ainda garantiu a Datena que irá procurar reparação judicial pelo envolvimento do seu nome na operação. “Vou exigir deles na Justiça o reparo. As arbitrariedades serão corrigidas”.

O pré-candidato disse ainda estar ‘indignado’ com o caso, mas que ‘diferente dos seus adversários tem serenidade e argumentos’ para se defender de acusações. Na conversa, aproveitou para atacar também Lula (PT) e Sergio Moro (Podemos) e minimizar os resultados das pesquisas que mostram ele em quarto lugar.

“Claro que vou sofrer um arranhão, porque os meus adversários vão me insultar e me agredir. Mas a intenção é exatamente essa, me abater para que eu seja moderado e não continue atacando aqueles ladrões e assaltantes da vida pública brasileira, como é Bolsonaro e como foi o Lula”, lamentou.

“Acompanhem meu patrimônio, nunca sofreu alteração”, disse Ciro ao defender que tem apenas 1/15 avos do patrimônio de Lula. Em seguida, cobrou investigações sobre os ganhos de Moro: “Cadê a variação patrimonial do Moro? Caramba, só no Brasil um juiz condena um político, vai ser ministro do outro, depois sai do ministério com um monte de informação privilegiada do cargo de juiz e do cargo de ministro e vai trabalhar em uma multinacional vendendo essa informação em dólar”.

Pesquisas eleitorais

Já sobre as pesquisas, Ciro minimizou os cenários que apontam sua derrota e insinuou que os levantamentos poderiam ser fraudulentos:

“Pesquisa é retrato e a vida é filme […]. Sabe quanto custa uma pesquisa nacional? 1 milhão de reais e estamos tendo três, quatro, cinco pesquisas todo mês. Isso custa 5 milhões de reais por baixo. Quem tem dinheiro para pagar isso? Eu não tenho”, disse.

“Divulgaram duas pesquisas ontem, em uma o Lula tem 48% e na outra 37%. Pera aí, dá 11 pontos de diferença de um pro outro. É a metodologia? A desonestidade? A falcatrua? Vamos esperar”, acrescentou.

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