Política

‘Bolsonaro transformou o Brasil num Estado Policial’, reage Ciro a operação da PF

‘Não tenho dúvida de que esta ação tão tardia e despropositada tem o objetivo claro de tentar criar danos à minha pré-candidatura’

Foto: Mário Miranda/Amcham/Divulgação
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Ciro Gomes, presidenciável pelo PDT, pronunciou-se sobre a operação deflagrada pela Polícia Federal contra ele e seu irmão Cid Gomes na manhã desta quarta-feira 15. Para ele, a operação é uma tentativa de intimidação a sua pré-candidatura, que faz denúncias todos os dias contra o atual governo de Jair Bolsonaro (PL).

“Não tenho dúvida de que esta ação tão tardia e despropositada tem o objetivo claro de tentar criar danos à minha pré-candidatura à Presidência da República. Da mesma forma tentaram 15 dias antes do primeiro turno da eleição de 2018”, escreve Ciro em nota.

Segundo a revista Veja, os mandados de busca e apreensão contra 14 pessoas, incluindo os pedetistas, apuram supostas fraudes e pagamentos de propina na construção do estádio Castelão, no Ceará, entre 2010 e 2013.

“Chega a ser pitoresco. O Brasil todo sabe que o Castelão foi o estádio da Copa com maior concorrência, o primeiro a ser entregue e o mais barato construído para Copas do Mundo desde 2002. Ou seja, foi o estádio mais econômico e transparente já feito para a Copa do Mundo”, destaca o pedetista.

Ainda segundo a nota, ele não tem ‘nenhuma ligação com os supostos fatos apurados’ e ‘não exerceu nenhum cargo público relacionado’ com a suposta fraude. Ciro completa ainda que nunca teve qualquer contato com os delatores, fato que, segundo ele, teria sido confirmado pelo próprio denunciante em depoimento.

A operação, de acordo com o pedetista, é uma comprovação de que, sob o comando de Bolsonaro, o ‘Brasil virou um Estado policialesco’ usado para perseguir opositores.

Confira a íntegra da nota publicada por Ciro Gomes:

Nota de Ciro Gomes

Até esta manhã, eu imaginava que vivíamos, mesmo com todas imperfeições, em um país democrático. Mas depois de a Polícia Federal subordinada a Bolsonaro, com ordem judicial abusiva de busca e apreensão, ter vindo à minha casa, não tenho mais dúvida de que Bolsonaro transformou o Brasil num Estado Policial que se oculta sob falsa capa de legalidade.

O pretexto era de recolher supostas provas de um suposto esquema de favorecimento a uma empresa na licitação das obras do Estádio do Castelão para a Copa do Mundo de 2014.

Chega a ser pitoresco. O Brasil todo sabe que o Castelão foi o estádio da Copa com maior concorrência, o primeiro a ser entregue e o mais barato construído para Copas do Mundo desde 2002. Ou seja, foi o estádio mais econômico e transparente já feito para a Copa do Mundo.

Mas não é isso. E sejamos claros. Não tenho nenhuma ligação com os supostos fatos apurados. Não exerci nenhum cargo público relacionado com eles. Nunca mantive nenhum tipo de contato com os delatores. O que, aliás, o próprio delator reconhece quando diz que NUNCA me encontrou.

Tenho 40 anos de vida pública e nunca fui acusado nem processado por corrupção. Não tenho dúvida de que esta ação tão tardia e despropositada tem o objetivo claro de tentar criar danos à minha pré-candidatura à Presidência da República. Da mesma forma tentaram 15 dias antes do primeiro turno da eleição de 2018.

O braço do estado policialesco de Bolsonaro, que trata opositores como inimigos a serem destruídos fisicamente, levanta-se novamente contra mim.

Não tenho dúvida de que esta ação tão tardia e despropositada tem o objetivo claro de tentar me intimidar e deter as denúncias que faço todo dia contra esse governo que está dilapidando nosso patrimônio público com esquemas de corrupção de escala inédita. Nunca me senti um cidadão acima da lei, mas não posso aceitar passivamente ser tratado como um subcidadão abaixo da lei.

Sou um homem do embate, do combate e do Direito. Essa história não ficará assim. Vou até às últimas consequências legais para processar aqueles que tentam me atacar. Meus inimigos nunca me intimidaram e nunca me intimidarão.

NINGUÉM VAI CALAR A MINHA VOZ.

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