Política
Pacheco convida embaixador da China ao Senado e pede ‘aprimoramento’ de relações
Carta é enviada após mais uma semana de ataques à China por parte do governo federal; desta vez, direto de Jair Bolsonaro
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), enviou nesta sexta-feira 7 uma carta ao embaixador chinês no Brasil, Yang Wanming, convidando-o a comparecer à Casa assim que possível para o “aprimoramento da parceria de grande qualidade que tem caracterizado nossas relações bilaterais”.
O parlamentar traça paralelos entre os países, ressaltando a extensão territorial e as fronteiras, o que levaria Brasil e China a praticarem “uma conduta externa responsável e construtiva”. O senador também menciona a necessidade de um diálogo “mais intenso e aprimoramento constante da coordenação política e diplomática”.
No entanto, o convite de Pacheco a Wanming vem em mais uma semana de ataques do alto escalão do governo federal à China, país que exporta os insumos necessários para a produção das vacinas Coronavac (Instituto Butantan/Biotech) e CovidShield (Fiocruz/AstraZeneca) no Brasil.
O presidente Jair Bolsonaro fabulou, na quarta-feira 5, a possibilidade de o novo coronavírus ter sido criado em laboratório, como parte de uma suposta “guerra química, bacteriológica e radiológica”. Em seguida, questionou qual era “o país que mais cresceu seu PIB”. Depois, defendeu-se dizendo que não havia mencionado “a palavra ‘China'” em suas declarações.
Na semana passada, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que “o chinês inventou o vírus”, mas desenvolveu uma vacina menos eficiente que aquelas criadas por empresas norte-americanas.
As declarações, para o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, são prejudiciais para o recebimento dos insumos necessários para a produção das vacinas.
Leia a carta na íntegra:
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.
Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.