Política

Os recados de Lula e seu ministro da Justiça aos bolsonaristas que provocaram depredação em Brasília

O presidente eleito afirmou que o ex-capitão ‘segue o rito de todos os fascistas no mundo’ e mencionou a ascensão de forças de extrema-direita em outros países

Foto: Evaristo Sá/AFP
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O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu nesta terça-feira 13 os relatórios dos Grupos de Trabalho da equipe de transição. Coordenador dos grupos, Aloizio Mercadante afirmou que há 23 páginas a tratar de um “revogaço” de atos do governo de Jair Bolsonaro (PL).

Em seu pronunciamento no evento, em Brasília, Lula fez críticas diretas a Bolsonaro e a parte de seus apoiadores, um dia depois de manifestantes bolsonaristas incendiarem veículos e atacarem a sede da Polícia Federal na capital do País.

“Esse cidadão ainda não reconheceu a derrota e continua incentivando os ativistas fascistas”, afirmou o petista, em referência ao ex-capitão. “Continua negando o resultado das eleições e incentivando gente a negar.”

Lula acrescentou que Bolsonaro “segue o rito de todos os fascistas no mundo” e mencionou a ascensão de forças de extrema-direita em outros países, como Espanha, Itália, França, Estados Unidos, Hungria e até Argentina.

O presidente eleito também criticou Bolsonaro por não se reunir com sindicalistas, movimentos sociais e movimentos de luta das mulheres, dos negros e dos indígenas ao longo de sua gestão.

Ao se manifestar sobre a sua posse, em 1º de janeiro, Lula declarou que assumirá compromissos com a educação básica e com a saúde. Ele ainda fez uma defesa enfática do SUS e relembrou a atuação do sistema nos momentos mais dramáticos da pandemia.

Em seu pronunciamento, agradeceu à imprensa pela cobertura sobre o governo de transição e à senadora Simone Tebet (MDB-MS), candidata à Presidência no primeiro turno mas aliada da campanha lulista no segundo.

“A palavra gratidão tem de ter um peso especial na nossa vida. É importante que a gente seja grato a quem, sem depender de nós em nada, sem nos conhecer, às vezes discordando, resolveu estar do nosso lado para vencer o inimigo irracional”, afirmou o petista.

Lula disse que sua coligação teve de enfrentar nas urnas o Estado brasileiro, devido à tentativa de Bolsonaro de usar as instituições para vencer o pleito. O presidente eleito classificou o ex-capitão como “uma figura anômala, irracional, sem coração, sem sentimento, uma figura que não é capaz de expressar solidariedade”.

De olho na depredação bolsonarista

O futuro ministro da Justiça Flávio Dino (PSB) também se manifestou sobre a necessidade de punir os manifestantes bolsonaristas que provocaram violência em Brasília na última segunda 12.

“Não pediremos à Polícia Federal para não cumprir o seu papel. Todas as pessoas estão sendo identificadas, todos os inquéritos cabíveis serão feitos”, afirmou o pessebista.

Segundo ele, “crimes políticos são de competência federal e vamos, a partir de janeiro, tomar as providências que não forem agora possíveis”.

“Do ponto de vista histórico, nos causa repulsa que a estas alturas haja esse tipo de atitude antidemocrática e violenta contra o voto popular. Mas nós, ao mesmo tempo, temos de relativizar e modular corretamente, porque esses grupos extremistas não terão força para vencer o povo brasileiro.”

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