Economia

Os recados de Lula ao agro nas rádios de Goiás

Em entrevista nesta quinta-feira, presidente disse que relação deve ser pautada pela racionalidade

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Foto: EVARISTO SA / AFP
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que a relação com o agronegócio brasileiro não deve ser definida pela afinidade ou não entre representantes do setor e o governo federal, mas pela necessidade de recuperar a capacidade produtiva do país através de um modelo de produção sustentável, tanto do ponto de vista econômico como ambiental. Nesta quinta-feira 15, em entrevista para um conjunto de rádios de Goiás (estado que visita amanhã), Lula disse que a questão tem que ser tratada com racionalidade. 

Eu tenho noção que o problema deles [do agronegócio] conosco é ideológico. Não é um problema de dinheiro a mais no Plano Safra. Nós vamos fazer um bom Plano Safra, porque nós queremos que a agricultura brasileira continue produzindo, continue plantando cada vez mais, para a gente continuar exportando cada vez mais”, afirmou Lula.

Lula disse, então, qual é o seu entendimento sobre como deve ser a relação. “Eu não quero saber se o produtor rural gosta de mim ou não. Não é isso que está em jogo. O que está em jogo é a gente recuperar a capacidade produtiva desse país e a aumentar a capacidade produtiva sem desmatamento e sem queimada na Amazônia“, afirmou.

Segundo Lula, o país pode dobrar a sua produção agrícola caso recupere terras degradadas. “É preciso ficar claro isso: que nós não precisamos derrubar uma árvore para criar uma cabeça de gado ou para plantar um hectare de soja. Nós temos mais de 30 milhões de hectares de terras degradadas que podem ser recuperadas, e que a gente pode dobrar a nossa produção agrícola”, observou. “É preciso que a gente tenha consciência da racionalidade que tem que prevalecer na nossa política internacional.”

Durante a fala, Lula mencionou a aprovação, oficializada ontem pelo parlamento da França, de uma resolução contrária ao acordo entre União Europeia e Mercosul. 

Com 281 votos a favor e 58 contra, os parlamentares franceses determinaram que qualquer acordo entre UE e Mercosul deve cumprir normas sanitárias e ambientais da UE para produtos agrícolas importados. A resolução não tem poder de lei, mas é um sinal da posição política de França sobre o tema – um dos entraves para o acordo entre os dois blocos.

“O parlamento francês disse que não vai votar o acordo Mercosul-União Europeia por causa da quantidade de veneno utilizado nos produtos agrícolas brasileiros”, comentou Lula. “É importante a gente levar em conta que ser racional, cuidar da agricultura de boa qualidade, é uma necessidade competitiva do Brasil para a China e para a França, com os Estados Unidos e com a Alemanha. E é assim que eu quero tratar o agronegócio. Eu quero tratar o agronegócio como quero tratar o pequeno produtor rural.” 

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