Política

Os planos do PL para ‘blindar’ deputados bolsonaristas de operações da PF

Eventuais mandados de busca e apreensão contra integrantes do PL preocupam o presidente Bolsonaro, que disse ter medo de ser preso após deixar a Presidência

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Foto: Evaristo Sá/AFP
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O PL, partido de Jair Bolsonaro (PL), avalia ingressar com um habeas corpus coletivo no Supremo Tribunal Federal para “blindar” parlamentares bolsonaristas de operações da Polícia Federal no âmbito do inquérito que investiga atos antidemocráticos.

A sugestão, dada ao presidente da sigla, Valdemar da Costa Neto, pelo senador Carlos Portinho (PL), é uma reação à operação da PF autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes nesta quinta-feira 15. Os policiais cumpriram mandados de busca e apreensão em oito estados brasileiros contra bolsonaristas acusados de organizar atos golpistas.

Os deputados estaduais Carlos Von Schilgen (DC-ES) e Capitão Assumção (PL-ES) estão entre os alvos. Em Santa Catarina, a PF apreendeu armas pesadas, segundo o futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB): submetralhadora, fuzil, rifles com lunetas e munições.

A operação desta quinta é relacionada à investigação sobre as manifestações golpistas contra a vitória de Lula (PT). Desde o dia 31 de outubro, bolsonaristas bloqueiam rodovias e se aglomeram em frente aos quarteis. Na última segunda-feira, radicais incendiaram ônibus, depredaram carros e tentaram invadir a sede da PF, em Brasília.

A avaliação feita por Portinho é que a cúpula do PL está sendo perseguida por Moraes – ele, particularmente, diz ter “medo de me posicionar na tribuna”. O ministro é relator do inquérito aberto a pedido da Procuradoria-Geral da República para investigar o financiamento de manifestações que pediam o fechamento do Congresso e a deposição de ministros do Supremo.

Blogueiros, empresários e parlamentares são investigados pela atuação nos protestos, como o blogueiro Allan dos Santos, o financista Otávio Fakhoury, o youtuber Oswaldo Eustáquio e os deputados federais Bia Kicis (PL-DF), Carla Zambelli (PL-SP), Otoni de Paula (PL-RJ) e General Girão (PL-RN).

Eventuais mandados de busca e apreensão (e até prisão) contra integrantes do PL também preocupam Bolsonaro, segundo Portinho. A interlocutores, o ex-capitão disse ter medo de ser preso após deixar a Presidência.

“O presidente nos disse que acha que vai ser preso pelo STF. Está com medo de ser preso e nós também. Vejo isso acontecendo. Estamos sendo ameaçados pelo STF”, afirmou o senador.

A ideia do habeas corpus já está sendo discutida internamente e, segundo apurou a reportagem, foi bem recebida pela bancada do PL no Congresso. Aos colegas, de acordo com relatos, Portinho argumentou que a ação seria uma alternativa à ‘inação’ do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco em pautar os pedidos de impeachment protocolados na Casa Alta contra Moraes.

Procurado por CartaCapital, o PL e Valdemar da Costa Neto não retornaram os contatos. O espaço segue aberto a manifestação.

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