Os eleitores que mais aprovam (e os que menos aprovam) Lula, segundo a pesquisa Atlas

A desaprovação ao terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) superou, pela primeira vez, as avaliações positivas. É o que mostra o levantamento divulgado pelo Atlas Intel nesta quinta-feira 7. 

41% dos entrevistados avaliaram a gestão como ruim/péssima, enquanto 38% como ótima/boa. Outros 18% avaliam a gestão como regular e 3% não souberam ou não quiseram responder.

A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Logo, a desaprovação supera a aprovação apenas numericamente.

A edição anterior, por sua vez, mostrava um cenário de aprovação de 42% contra 39%. 

A Atlas também quis saber qual a avaliação dos brasileiros sobre o desempenho do presidente Lula. Cerca de 47% dos entrevistados disseram desaprovar o petista, uma redução de cinco pontos percentuais em relação ao levantamento realizado em janeiro.

Pouco mais de 45% dos brasileiros veem a imagem do presidente como positiva. Outros 6,7% não souberam responder à pergunta. Esta é a primeira vez desde agosto de 2022 que a rejeição supera o índice de aprovação do desempenho de Lula.

Aprovação por perfil 

As mulheres com 60 anos ou mais e que ganham acima de 10 mil reais correspondem a quase 50% do índice de avaliação positiva. 

Entre as eleitoras, a aprovação é de 39,7% contra 35%. Já 46,9% dos eleitores homens reprovam a gestão, contra 36,2%. 

Em todas as faixas etárias, a desaprovação supera a aprovação, com diferença variando entre 1 a 3 pontos percentuais. 

Os jovens com 16 a 24 anos são os que mais avaliam o governo como regular: 39,6%. Os que aprovam somam 25,5% e os que reprovam, 29,8%. 

Entre os que têm de 35 a 44 anos, a desaprovação é de 41,1% contra 39% de aprovação. Já entre os eleitores com 60 anos ou mais, a aprovação soma 44,9% contra 48,5% de reprovação. 

Considerando a renda familiar, vale destacar que os únicos segmentos em que a aprovação ao governo Lula supera a desaprovação é entre os que ganham mais de dez mil reais, onde 50,3% avaliaram a gestão como ótima/boa e 29,5% como ruim ou péssima, e entre a faixa que ganha até dois salários mínimos, onde a aprovação é de 39,6% contra 31,4%.

Em relação às regiões, 46,9% do eleitorado do Nordeste permanece avaliando a gestão Lula III como ótima ou boa, em seguida, o Sul aparece com maior desaprovação (49,5%), seguida do Centro-Oeste (47,6%), Sudeste (45,8%) e Norte (41,1%). 

Entre os católicos a aprovação ao governo Lula é de 44,2% contra 37,6%. Já 57% dos evangélicos desaprovam o governo e 21,9% o consideram ótimo ou bom. 

Razões para desaprovação

De acordo com o levantamento, os itens que elevaram a taxa de desaprovação do governo estão relacionados à segurança pública, responsabilidade fiscal e combate à corrupção. 

Veja o gráfico:

Desde o início do ano do mandato, o governo lida com uma crise de segurança pública, que tem provocado alertas no estado do Rio de Janeiro e na Bahia. Além disso, o que tornou a situação mais grave, foi a primeira fuga da história do País em um presídio de segurança máxima, no Rio Grande do Norte.

O caso já aconteceu sob a gestão do ministro da Justiça Ricardo Lewandowski, e até o momento os fugitivos não foram encontrados.

Levando em consideração, a edição anterior da pesquisa, publicada em janeiro, todas as áreas em que o governo era bem avaliado sofreram desaprovação de 5 a 9%. São elas: agricultura, direitos humanos e relações internacionais.

O que pode ter sofrido influência das últimas declarações do presidente sobre a guerra de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza.

A percepção de desaprovação do governo petista vai de encontro a um levantamento recente de outro instituto, o Genial/Quaest, que também mostrou aumento de rejeição e manutenção da popularidade, em nichos específicos do eleitorado petista. 

No entanto, vale mencionar, que a pesquisa Atlas também mediu a percepção da população comparando todas áreas do governo Lula e do governo Bolsonaro. Nesse sentido, a gestão petista ainda possui um desempenho melhor.

O levantamento seguiu uma metodologia intitulada Atlas Random Digital Recruitment, ou RDR, segundo a qual os entrevistados são recrutados organicamente durante a navegação de rotina na web em territórios geolocalizados em qualquer dispositivo (smartphones, tablets, laptops ou PCs).

O instituto diz que, a fim de garantir a representatividade nacional, as amostras são pós-estratificadas usando um algoritmo em um conjunto mínimo de variáveis de destino: sexo, faixa etária, nível educacional, nível de renda, região e comportamento eleitoral anterior.

A pesquisa publicada nesta quinta contou ouviu 3.154 pessoas entre os dias 2 e 5 de março. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%.

Confira a íntegra: