Política
O que muda na Abin após o decreto de Lula sobre o Sistema Brasileiro de Inteligência
O governo projeta estimular a integração a fim de recompor a credibilidade da agência pós-8 de Janeiro


O presidente Lula (PT) assinou nesta quarta-feira 6 um decreto para reformular o Sistema Brasileiro de Inteligência, a fim de modernizar o “FBI brasileiro”.
O órgão integra as ações da Agência Brasileira de Inteligência nas fases de planejamento e execução – para evitar, por exemplo, episódios como a invasão dos Três Poderes em 8 de Janeiro.
Segundo o informe da Presidência, “o novo formato visa dar ao País um sistema de inteligência que potencialize o enfrentamento de ações contrárias ao Estado Democrático”.
O impulsionamento prevê a adição de quatro categorias de órgãos: permanentes, dedicados, associados ou federados. Cada uma terá diferentes níveis de acesso a informações estratégicas, para preservar dados sigilosos.
A entrada de novos órgãos no sistema terá um filtro mais rígido. Para um setor fazer parte da estratégia de segurança, terá de apontar a necessidade, a abrangência de atuação e os objetivos.
A medida impacta, sobretudo, os militares no sistema de segurança.
Sobre esse “pente fino” para o ingresso de órgãos, conforme o decreto, a Abin deve produzir um relatório anual de gestão do sistema, visando a transparência.
O texto também orienta mudanças sobre o Conselho Consultivo do Sistema Brasileiro de Inteligência, que passará a contar com um colegiado, integrado pelo diretor-geral da agência. Ao Ministério da Casa Civil, por exemplo, caberão funções como o monitoramento e a formulação de políticas públicas.
Há, ainda, a previsão de uma parceria com os ministérios da Defesa, da Justiça e das Relações Exteriores. Nessa composição, os governos estaduais também contribuirão com informações estratégicas.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Abin monitora ameaças ao desfile de 7 de Setembro
Por Agência Brasil
CPI da Americanas adia votação de relatório em meio a críticas por não responsabilizar bilionários
Por Wendal Carmo