‘O decreto é constitucional e será cumprido’, diz Bolsonaro sobre perdão a Daniel Silveira

Segundo o ex-capitão, medida adotada em prol do deputado condenado pelo STF beneficia ‘um inocente’

Foto: Reprodução

Apoie Siga-nos no

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a defender o perdão concedido por ele ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), que foi condenado a prisão pelo Supremo Tribunal Federal na última quarta-feira 20. O ex-capitão disse que, ao contrário do que aponta parte dos especialistas, sua ação seria constitucional. As declarações foram dadas em Ribeirão Preto (SP) durante um evento voltado ao agronegócio nesta segunda-feira 25.

“Como há alguma especulação por aí, não vou entrar em detalhes, mas o decreto da graça e do indulto é constitucional e será cumprido”, afirmou. “No passado, soltavam bandidos e ninguém falava nada, hoje eu solto inocentes”, vociferou em seguida.

Silveira voltou ainda a ser citado no discurso quando Bolsonaro recomendou que seus eleitores votem apenas em deputados que foram favoráveis ao voto impresso, contra a prisão de Silveira e que defenderam a derrubada do PL das fake news.

Mais adiante, em meio a ataques às ações do Supremo, o presidente ameaçou novamente não cumprir uma decisão da Corte. Desta vez, o ex-capitão disse que essa poderia ser uma das únicas alternativas caso os ministros aprovem o novo marco temporal.

“Dentro do Supremo Tribunal Federal tem uma ação que está sendo levada avante pelo ministro Fachin que é um novo marco temporal. Se ele conseguir vitória nisso me restam duas coisas: entregar a chave para o Supremo ou falar que não vou cumprir. Eu não tenho alternativa”, disse em meio aos aplausos da plateia.

“Se tivesse alguém a preocupação com corrupção como tem com fake news, ajudaria muito o Brasil”, disse ainda em referência indireta aos ministros do Supremo.


Bolsonaro aproveitou os ataques ao STF para ironizar a chamada terceira via na campanha eleitoral. Segundo defendeu, os ministros do tribunal poderiam ser os candidatos tão buscados por alguns setores.

“Se quiserem disputar a Presidência está aberto, tem vagas em vários partidos, estão oferecendo vagas. Quem sabe essa pessoa seja a terceira via e vai negociar na base paz e amor com o mundo todo os nossos problemas”, discursou.

Em outro trecho, Bolsonaro repetiu declarações de que só sairá do poder se ‘Deus o tirar’ e admitiu que não é o melhor presidente que o País já teve. Em seguida, no entanto, defendeu seu papel no Planalto.

“Posso não ser o melhor presidente do Brasil, não tem problema, mas sou aquele que realmente levamos ao pé da letra a missão que me deram de conduzir o destino do Brasil da melhor forma possível”, disse ao alegar que um exemplo do seu bom desempenho seria a escolha dos ministros de ‘forma técnica’ e sem ‘interferências políticas’. Na prática, no entanto, boa parte do governo é ocupado pelo Centrão.

Leia também

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.