Política
O acordo capaz de destravar as negociações entre o governo Lula e o União Brasil
Estão na mesa indicações para o segundo e o terceiro escalões do governo federal
Após integrantes do União Brasil indicarem três ministros para o governo Lula (PT), deputados do partido resistem em aderir à base de sustentação do petista no Congresso Nacional.
O ponto central das divergências se deu no veto ao nome do líder do União na Câmara, Elmar Nascimento, para o comando de algum ministério. Petistas da Bahia trabalharam contra o rival local ao resgatar declarações de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e ataques a Lula.
O deputado chegou a dizer que as escolhas de Daniela do Waguinho para o Turismo, de Juscelino Filho para a Comunicação e de Waldez Goes -próximo do senador Davi Alcolumbre – para a Integração e Desenvolvimento Regional não refletiam o desejo das bancadas da Câmara e do Senado.
As negociações hoje giram em torno de indicações para o segundo e o terceiro escalões do governo federal, que serão usados por Lula justamente para contemplar partidos aliados que ainda não tiveram as suas demandas atendidas.
Um dos desejos do União Brasil, desde o início das tratativas, é manter o controle da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba), que hoje é presidida por Marcelo Moreira, que foi indicado por Nascimento.
CartaCapital apurou que há uma tendência de que a maior parte dos votos das bancadas do partido no Congresso vá ao encontro dos interesses da gestão petista.
“Tem uma corrente majoritária que vai querer compor a base do governo”, disse à reportagem um deputado do União Brasil em caráter reservado. “Talvez não fique lá defendendo explicitamente o governo, mas vai votar com ele”. O acordo, acrescenta o parlamentar, envolve a distribuição de cargos.
Nesta semana, o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha (PT), recebeu Nascimento para uma reunião cuja pauta era a chegar a um consenso sobre as negociações.
“Precisa fazer esse acerto de contas para superar a divisão no partido”, disse o atuante deputado. “Pois se não vai ser difícil chegar a um denominador comum”.
O foco de maior resistência no partido está mesmo em Nascimento, que tem forte influência sobre os deputados federais da legenda. O parlamentar também é próximo do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP). “O [presidente do partido Luciano] Bivar, por exemplo, quer compor”, disse o integrante da sigla a CartaCapital.
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