Ao participar da sessão desta quarta-feira 25 da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, o ministro da Justiça, Flávio Dino, rebateu críticas de deputados bolsonaristas que o acusaram de ter relação com o crime organizado no Rio de Janeiro.
“Um dos maiores erros políticos que houve no Rio de Janeiro foi o incentivo às milícias. As milícias foram incentivadas por políticos. Protegidas por políticos”, iniciou o ministro. “Eu nunca homenageei miliciano, eu não sou amigo de miliciano, não sou vizinho de miliciano, não empreguei no meu gabinete filho de miliciano, esposa de miliciano. E, portanto, não tenho nenhuma relação com o crime organizado no Rio de Janeiro.”
Dino fez referência indireta ao fato de que Danielle Mendonça da Nóbrega, ex-mulher do miliciano Adriano da Nóbrega, foi empregada no gabinete de Flávio Bolsonaro (PL-RJ), no período em que o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) era deputado estadual no Rio de Janeiro. Segundo o Ministério Público do estado, ela recebeu 776 mil reais em salários ao longo de 11 anos.
Em 2019, Adriano da Nóbrega foi apontado pelo MP-RJ como o líder de um grupo chamado Escritório do Crime, responsável por assassinatos na região. As acusações apontaram que Adriano fez parte de uma milícia em Rio das Pedras, na Zona Oeste da capital fluminense.
Adriano da Nóbrega morreu em 2020, em confronto com a polícia em uma operação na Bahia.
A declaração de Dino também se refere a Ronnie Lessa, acusado, ao lado de Élcio Queiroz, de ter matado a vereadora Marielle Franco, no início de 2018. Lessa morava no Condomínio Vivendas da Barra, o mesmo em que vivia Jair Bolsonaro.
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