Justiça
Nova derrota de Moro turbina ação de José Dirceu no STF
A defesa do ex-ministro também incluiu diálogos de procuradores da Lava Jato na petição


O ex-ministro José Dirceu acionou o Supremo Tribunal Federal nesta quarta-feira 17 a fim de reforçar seu pedido para que a Corte declare a suspeição do ex-juiz Sergio Moro em dois processos, sob o argumento de que eles foram concebidos para acusar e condenar o presidente Lula (PT).
A solicitação ocorre no âmbito do habeas corpus em que a Corte reconheceu, em 2021, que Moro era suspeito para julgar os casos contra Lula.
Dirceu protocolou em 12 de janeiro o pedido original de extensão em seu benefício daquela decisão. Nesta quarta, ele incrementou a demanda com novos fatos que representam mais uma leva de notícias negativas para Moro, como a decisão do ministro Dias Toffoli de abrir um inquérito para apurar as acusações do ex-deputado paranaense Tony Garcia.
O ex-ministro também acrescenta à petição uma postagem nas redes sociais em que Garcia diz ter sido obrigado por Moro e procuradores do Ministério Público Federal a conceder uma entrevista à revista Veja, em 2005, “com acusações forjadas por eles imputando culpa a José Dirceu”.
Por fim, ele incluiu na peça uma notícia, publicada na terça 16, com diálogos mantidos por procuradores da Lava Jato no Telegram. As conversas tratam da articulação para denunciar Camila Ramos de Oliveira e Silva, filha de Dirceu.
Os diálogos dos procuradores contém expressões como “o homem vai ficar puto”, em referência a Dirceu, e “paus nela”.
“Os fatos recentemente publicados na imprensa, portanto, robustecem a suspeição do ex-magistrado Sérgio Fernando Moro em relação a José Dirceu, razão pela qual requer sejam considerados parte integrante do arrazoado
inicial”, pede a defesa do petista. O relator do pedido é o ministro Gilmar Mendes.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

A expectativa do PL sobre o julgamento que pode cassar Moro (e uma nova batalha no TSE)
Por Leonardo Miazzo
Moro diz não temer investigação no STF por suposta fraude em delação
Por CartaCapital
Como Moro se tornou alvo de inquérito no STF e segue sob risco de cassação
Por Leonardo Miazzo