Política
No leilão do 5G, Claro, Tim e Vivo e nova operadora obtêm as principais faixas
Winity Telecom entra para o mercado de telefonia no Brasil; companhias são administradas por grupos estrangeiros
A empresa Winity II Telecom LTDA. foi a vencedora do 1º lote das faixas de frequência do 5G, durante sessão da Agência Nacional de Telecomunicações nesta quinta-feira 4. A companhia, dirigida pelo Fundo Pátria, arrematou a faixa de 700 MHz pelo valor de 1,43 bilhão de reais, uma oferta bem superior aos 157 milhões de reais pedidos inicialmente pelo governo.
O Fundo Pátria administra ativos na América Latina há cerca de 30 anos e controla empresas em áreas como infraestrutura e crédito. Com a vitória, a Winity passa a ser a mais nova prestadora de serviços de telefonia móvel no Brasil, ao lado das empresas Claro, Tim e Vivo.
A Winity passa a ser responsável por administrar a instalação, no Brasil, de uma das faixas de frequência do 5G, um padrão de tecnologia de 5ª geração que permite uma conexão de internet móvel mais rápida e econômica, com uso em áreas como transportes e telemedicina.
A instalação dessa tecnologia envolve a compra e operação de equipamentos e a garantia de alguns serviços, como a construção da rede do governo e o acesso da tecnologia em escolas públicas. Os trabalhos devem ser supervisionados pelo Senado Federal.
As faixas de frequência são uma espécie de “estradas” no ar por onde percorre a transmissão de dados. O edital da Anatel previa o leilão de outras três faixas: 3,5 GHz; 2,3 GHz; e 26 GHz.
No leilão da faixa de 3,5 GHz, a empresa Claro obteve o Lote B1, por 338 milhões de reais (5,18% acima da proposta inicial), a Vivo obteve o Lote B2 por 420 milhões de reais (30,69% a mais) e a Tim obteve o Lote B3 por 351 milhões de reais (9,22%). Não houve lance para o quarto lote previsto no edital.
Essas empresas pertencem a grupos estrangeiros. A Claro é subsidiária da mexicana America Móvil, a Vivo pertence ao grupo espanhol Telefónica, e a Tim é uma filial brasileira da Telecom Italia.
As licenças de operação são para um período de 20 anos, e estão previstas etapas para a implementação da infraestrutura necessária. Até 31 de julho de 2022, as empresas ganhadoras deverão prover o 5G ao Distrito Federal e para as 26 capitais. Só entre 2025 e 2028 é que cidades com mais de 30 mil habitantes deverão receber o aparato.
No leilão, outras faixas dizem respeito a blocos regionais, com diferentes finalidades.
Conforme já mostrou CartaCapital, o Brasil ainda está engatinhando na introdução da tecnologia 5G, enquanto outros países já iniciaram esse processo há três anos. Termos da licitação da rede que será usada pelo governo excluíram o emprego de equipamentos da empresa chinesa Huawei, em meio a uma disputa geopolítica que envolve interesses dos Estados Unidos e da China.
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