Política

No governo Bolsonaro, número de armas registradas triplica e chega a 1 milhão

Apenas a região amazônica teve 700% de aumento de armamentos no período

Foto: Arquivo/EBC
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O número de armas registradas no País para caçadores e colecionadores chegou a 1 milhão. Os dados foram obtidos pela Lei de Acesso à Informação pelos institutos Igarapé e Sou da Paz. 

Somente nos últimos três anos, desde a eleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), o número de armas em circulação no País triplicou. Anteriormente, existiam 350 mil armamentos em circulação lícita no território nacional. 

Do total de armas registradas pelo Exército, 673,8 mil estão nas mãos dos CACs. 

Com as recentes mudanças legislativas promovidas pelo governo do ex-capitão, pessoas com registro de atiradores podem possuir até 60 armas, desde revólveres até fuzis de repetição. 

“O aumento das armas registradas pelo Exército é ainda mais grave quando consideramos que muitas delas têm maior poder de fogo do que as armas registradas pela Polícia Federal”, explicou Michele dos Ramos, do Instituto Igarapé. A cada 24h, o Exército emite 449 licenças para armamentos. 

“Essa explosão de armas é muito preocupante quando a gente sabe que o Exército não investiu na fiscalização”, afirmou Carolina Ricardo, do Instituto Sou da Paz. “E isso acontece em um momento do nosso país em que vemos quase 700 mil pessoas armadas (os CACs) com o risco de utilização dessas armas em um momento sensível de nosso país, em que estamos numa campanha eleitoral polarizada”.

A maioria do armamento registrado no País está em São Paulo, onde circulam 279,5 mil armas de fogo. 

Na região amazônica, o aumento percentual de armas registradas chegou a 700%. A região apresenta taxas de violência letal mais altas que a média nacional. Treze de seus municípios estão entre os 30 mais violentos do País. 

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