Política

Negociação para federação entre PSDB, PDT e Podemos está em ‘nível avançado’

A CartaCapital, o ex-governador e atual presidente tucano, Marconi Perillo, revela que partidos estão caminhando para um acordo. Martelo só deve ser batido após as eleições

O governador de Goiás, Marconi Perillo, presta depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista que investiga as relações do contraventor Carlos Cachoeira com agentes públicos e privados Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
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Presidente nacional do PSDB, o ex-governador Marconi Perillo (GO) afirmou a CartaCapital que as conversas da sigla com PDT e Podemos sobre uma eventual federação partidária estão em “nível avançado”, mas ponderou que o martelo só deve ser batido após as eleições municipais deste ano.

“O clima é muito favorável. Essa abordagem é crucial para nossa sobrevivência, priorizando o pragmatismo mesmo. Mas, isso é para depois da eleição. Nós vamos fazer com calma, já estamos conversando e avançando nesse sentido”, explicou o tucano.

Perillo falou à reportagem durante um evento organizado pelo PSDB em Aracaju, nesta sexta-feira. A visita à capital de Sergipe fez parte do périplo feito pelo ex-governador com objetivo de organizar os palanques nas capitais para a disputa em outubro.

As eleições deste ano são vistas pelo PSDB como um teste para uma nova plataforma política de “terceira via”. A sigla, que governou o Brasil por duas vezes, viu sua capilaridade derreter nas urnas e lideranças históricas aderirem ao bolsonarismo ou a outros projetos políticos nos últimos anos.

As conversas envolvendo a aliança com o Podemos foram iniciadas ainda em 2022, quando o ex-deputado federal Bruno Araújo estava à frente do partido – diante de impasses regionais, as tratativas não avançaram. Agora, com a chegada de Perillo ao comando do tucanato, lideranças da legenda voltam a apostar no sucesso das tratativas.

No caso do PDT, a aproximação é mais recente e envolve uma costura liderada por caciques da sigla no Ceará, a exemplo de Ciro Gomes. Sem abrir pontes de diálogo com o governo Lula, o ex-ministro tem acenado positivamente à aliança, de olho na construção de uma alternativa ao PT e ao bolsonarismo em 2026.

Ciro e Perillo, aliás, chegaram a se encontrar na última terça-feira em Fortaleza. No encontro, que aconteceu no apartamento do ex-senador tucano Tasso Jereissati, os dirigentes partidários acertaram uma aliança para a disputa municipal no estado. Existe a possibilidade de que o acordo seja replicado em outras cidades.

Desde 2017, as coligações foram extintas nas eleições proporcionais, que escolhem deputados e vereadores. No entanto, a legislação continuou a permitir a união de partidos em torno de uma única candidatura nas disputas majoritárias (para presidente, senador, governador e prefeito).

Com a criação das federações, instituída em 2022, os partidos podem se unir na disputa por qualquer cargo, desde que permaneçam assim por todo o mandato conquistado. A federação vale para eleições majoritárias e proporcionais.

A principal diferença entre os modelos, portanto, é o caráter permanente das federações, uma vez que as alianças firmadas nas coligações valem apenas até a eleição e podem ser desfeitas logo em seguida.

O PSDB, que hoje está federado por quatro anos com o Cidadania, elegeu 18 deputados federais e quatro senadores em 2022. Por sua vez, o Podemos – que se fundiu com o PSC em junho passado- possui 18 deputados e sete senadores, enquanto o PDT tem uma bancada com vinte congressistas.

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