Política

‘Não quero mais saber de política’, diz Luciano Hang

O dono da Havan, que ficou conhecido por seu discurso bélico contra Lula e o PT, agora se aproxima de sindicalistas contra gigantes chinesas, como Shein e Shopee

Passo em falso. Luciano Hang recuou no apoio logístico aos amotinados em frente de uma de suas lojas, em Palhoça - Imagem: Daniel Marenco/Agência O Globo
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O empresário bolsonarista Luciano Hang, dono das Lojas Havan, afirma não ter mais interesse em se envolver com política. Conhecido por seus discursos belicosos contra o PT, Lula e a esquerda, o catarinense diz agora se concentrar apenas nos negócios.

“Não quero mais saber de política”, afirmou categoricamente ao site TAB UOL em entrevista publicada nesta sexta-feira 31. Hang era apoiador de primeira ordem de Jair Bolsonaro (PL), foi pego trocando mensagens com teor golpista em um grupo de empresários no WhatsApp e se tornou alvo de investigação pelas ações antidemocráticas, suspeito de apoio logístico aos acampamentos golpistas.

O empresário chegou a depor na CPI da Covid por sua íntima aliança com Bolsonaro nas pautas negacionistas e foi cotado para ser o candidato ao Senado pelo PL em Santa Catarina.

Tudo isso, porém, ficou para trás, segundo as palavras de Hang. A sua trajetória agora será focada apenas no seu negócio, conforme explica o empresário bolsonarista ao site. De acordo com a reportagem, Hang, apesar de ter abandonado o discurso da extrema-direita, não deixou de vestir as indumentárias patriotas que o ligavam à militância bolsonarista. Palavras de ordem ‘dos patriotas’ também seguem estampadas em suas lojas, incluindo o uniforme dos funcionários.

O ‘novo’ Hang, inclusive, tem se aproximado de aliados do governo Lula para pautar um projeto visto com bons olhos por integrantes do Planalto. Em aliança com o sindicalista Ricardo Patah, da União Geral dos Trabalhadores (UGT), conseguiu fazer avançar a discussão sobre taxação e limitação de atuação das gigantes chinesas Shein e Shopee. Nas palavras de Hang, estas empresas seriam ‘contrabandistas digitais’.

Em outro aceno às pautas do governo, Hang também entoa o coro contra a taxa básica de juros praticada no Brasil pelo Banco Central. O item tem sido alvo constante de críticas de Lula e outros integrantes do Planalto. Ao site, Hang mostrou concordar com as declarações da cúpula petista.

“A verdade é que, no patamar em que os juros estão agora, ninguém vai querer investir no Brasil”, afirmou. “Mas são necessárias uma série de condições para a queda”.

Por fim, em um breve comentário sobre o governo Lula, Hang se limitou a dizer ‘não torcer contra’ o atual presidente. A declaração está em linha com a feita por ele no ano passado.

“Não vou torcer contra. A gente quer que o Brasil dê certo”, destacou. “Mas há uma crise mundial, com inflação alta, e uma guerra na Ucrânia gerando instabilidade e incertezas”, disse em seguida ao justificar a mudança no seu perfil de investimento – segundo ele, congelado para 2023.

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