Economia

Hang se aproxima de sindicatos e leva ‘preocupação’ com ascensão da Shopee ao governo Lula

O dono da Havan se reuniu nesta semana com o presidente da UGT, Ricardo Patah, em Santa Catarina

Créditos: Senado Federal Créditos: Senado Federal
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O presidente da União Geral dos Trabalhadores, Ricardo Patah, visitou nesta semana as instalações da Havan em Santa Catarina, a convite do presidente da rede, Luciano Hang.

O primeiro contato entre os dois chama a atenção pelas divergências ideológicas: Hang foi um fiel apoiador de Jair Bolsonaro (PL) nos últimos quatro anos, enquanto Patah trabalhou ativamente pela vitória de Lula (PT) na eleição de 2022.

CartaCapital, o líder sindical classificou a reunião como “agradável” e afirmou que a agenda se justifica por ele representar comerciários. “Essa empresa tem 22 mil funcionários, e muitos deles na base da UGT”, explicou.

“Tem a questão ideológica. Eu trabalhei pela campanha do Lula de forma intensa e ele [Hang] tripudiava na oportunidade e colocou a sua posição antagônica ao que eu penso”, pontuou. “Mas, do ponto de vista de relação capital/trabalho, ele emprega, dá 14º [salário], dá PLR [Participação nos Lucros ou Resultados]. Então, a relação nesse aspecto se faz necessária.”

A visita serviu, porém, para acolher uma demanda concreta de Hang: sua preocupação com a ascensão de empresas estrangeiras no Brasil, em especial a chinesa Shein, um sucesso no fast fashion online, e a Shoppee, de Singapura. Patah se comprometeu a apresentar ainda nesta sexta ao ministro do Trabalho, Luiz Marinho, um estudo realizado pela Havan e por outras varejistas sobre a concorrência, especialmente a chinesa. Uma das reclamações é de que a Shein, por exemplo, usaria os Correios “sem pagar impostos, criando uma deslealdade na relação comercial”.

“O varejo hoje está sofrendo: tem a questão dos juros elevados, o consumo baixo e a inadimplência, que de um ano e meio para cá demonstrou uma quantidade enorme. Para o varejo, isso é fatal”, acrescentou o presidente da UGT. “Aliado a isso, ainda vem uma concorrência desleal e predadora como essa, então é preocupante.”

Em 6 de janeiro, após anos de oposição, Luciano Hang desejou “sucesso” ao governo Lula. Naquele dia, ele divulgou uma nota para “acabar com as fake news que vêm espalhadas nas redes sociais”. Trata-se de uma referência a mensagens de bolsonaristas que ligam o nome do empresário aos atos golpistas promovidos após a vitória do petista.

“Quero desejar ao novo governo que faça uma ótima administração”, diz um trecho do texto. “Torço pelo piloto, afinal de contas estamos todos no mesmo avião. Que possamos ter paz, harmonia, felicidade e muitos empregos para todos os brasileiros.”

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