Política

‘Não era para ter diálogo’, diz governador do RJ sobre críticas a operações em favelas

Moradores e especialistas criticam falta de transparência; governador negou reedição de UPPs, mas não soube dar detalhes do novo programa

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro. Foto: Carlos Magno
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O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), reforçou a pouca transparência das operações nas favelas de Jacarezinho e Muzema ao rebater as críticas que tem recebido. Ao site Metrópoles, o político não negou as críticas e reafirmou que nunca foi sua intenção ter diálogo com os moradores antes da operação.

“Eu nunca vi ter diálogo antes de ocupar. Não era mesmo para ter diálogo, eu entendo a crítica, mas não concordo”, disse Castro neste sábado 22.

As operações iniciaram ainda na madrugada de quarta-feira 19, quando a polícia do RJ cercou Jacarezinho. Pela manhã, mais de 1.200 agentes iniciaram a ocupação no local. Nos primeiros dias, moradores relataram truculência durante a invasão de casas. Em Muzema, a operação foi iniciada horas depois.

Além da invasão de casas, de acordo com o site, moradores também relataram tiroteios em Jacarezinho e Muzema nos dois dias que se seguiram com a ocupação. Até o momento, mais de 30 pessoas foram presas.

Sobre a falta de transparência das operações e as invasões relatadas pelos moradores, Castro minimizou: “A polícia entra para fazer o papel dela”.

Ainda não está claro qual será o rumo das operações. Segundo informações do governo do estado, além de Jacarezinho e Muzema, outras quatro favelas do RJ serão tomadas pela polícia. São elas: Cesarão, Maré, Rio das Pedras e Cantagalo.

O tempo da operação, ao menos publicamente, não foi definido. Moradores temem que o programa seja uma reedição das chamadas UPPs e traga os mesmos malefícios daquele período. Castro, por sua vez, nega que a intenção seja ‘pacificadora’, como eram as UPPs. Segundo disse, o objetivo do seu projeto seria ‘retomada de poder’ e não ‘pacificação’.

Mais adiante, acrescentou ainda que o Cidade Integrada seria um programa social e não de segurança pública. Castro, no entanto, não deu informações de como ou quando esses projetos sociais irão funcionar.

“É um processo de ocupação e pacificação do território que posteriormente dará passagem a demais serviços públicos que serão ofertados à população local visando ao aumento de oportunidades”, destacou sem fornecer detalhes.

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