Política

‘Não é possível interferir no preço dos combustíveis’, diz ministro de Minas e Energia

O aumento dos preços dos combustíveis se tornou a principal dor de cabeça da campanha de reeleição de Jair Bolsonaro

Créditos: José Dias/PR/reprodução
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O ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, disse nesta terça-feira que não é possível interferir no preço dos combustíveis, em meio a uma frente aberta pelo governo Jair Bolsonaro e o Congresso Nacional contra a Petrobras por conta do aumento da gasolina e do diesel.

O governo tenta reduzir o preço dos produtos, inclusive trocando o comando da empresa para evitar reajustes.

Em audiência pública na Câmara dos Deputados, Sachsida disse que os preços são uma decisão da empresa, mesmo o governo tendo tentado segurar os reajustes feitos pela Petrobras.

“Eu entendo que muitos dos senhores são cobrados pela população, porque é difícil para a população entender por que o governo não interfere no preço dos combustíveis. E aqui eu preciso ser claro: não é possível interferir no preço dos combustíveis”, disse Sachsida, se dirigindo aos deputados.

Ele afirmou que os preços não estão sob controle do governo. “Não está no controle do governo. E, honestamente, preço é uma decisão da empresa, não do governo. Além disso, nós temos marcos legais que impedem a intervenção do governo numa empresa, mesmo o governo sendo acionista majoritário”, disse.

Alvo de pressão do presidente da República e do Congresso, José Mauro Ferreira Coelho renunciou ao comando da Petrobras após 67 dias no cargo na segunda-feira.

O reajuste de 14,26% no diesel e de 5,18% na gasolina na refinaria, anunciado na última sexta-feira, fez com que as declarações contra o executivo escalassem, com um telefonema do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) ao executivo, ameaças de criação de uma CPI da Petrobras, de investigação sobre gastos e patrimônio da diretoria e de seus parentes e acusações de que era uma liderança “ilegítima”.

Faltando menos de quatro meses para as eleições, a saída de Coelho abre caminho para uma corrida contra o tempo no governo para emplacar o sucessor. E, a partir daí, promover mudanças no Conselho de Administração e na diretoria da empresa.

O aumento dos preços dos combustíveis se tornou a principal dor de cabeça da campanha de reeleição de Jair Bolsonaro.

‘Via expressa’ para troca de comando

A renúncia de Coelho — que já tinha sido demitido em maio, mas aguardava a aprovação do nome indicado pelo governo — permite uma espécie de “via expressa” para a troca no comando, sem a necessidade de convocar uma assembleia de acionistas, o que poderia significar mais de um mês com a empresa sem um titular.

Hoje, o Comitê de Elegibilidade da Petrobras recebe a documentação para analisar o nome do indicado pelo governo, Caio Paes de Andrade, secretário de Desburocratização do Ministério da Economia. Ele é considerado homem de confiança de Paulo Guedes e tem bom relacionamento com o ministro de Minas e Energia.

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