Justiça

MP Eleitoral pede investigação de Pastor Isidório por transfobia contra Erika Hilton

Na sessão, deputados discutiam o projeto de lei impulsionado pela extrema-direita para proibir o casamento homoafetivo no Brasil

MP Eleitoral pede investigação de Pastor Isidório por transfobia contra Erika Hilton
MP Eleitoral pede investigação de Pastor Isidório por transfobia contra Erika Hilton
Isidório se referiu à deputada Érika Hilton como "amigo". Fotos: Câmara dos Deputados/Reprodução
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A Procuradoria-Geral Eleitoral defendeu a abertura de uma investigação sobre o deputado Pastor Sargento Isidório por transfobia contra a deputada Erika Hilton (PSOL-SP).

Em uma audiência da Câmara na semana passada, Isidório se referiu a Hilton como “amigo”. Naquela sessão, deputados discutiam o projeto de lei impulsionado pela extrema-direita para proibir o casamento homoafetivo no Brasil.

Segundo o Ministério Público Eleitoral, os fatos narrados demandam apuração, além de ações como a preservação do vídeo da sessão e os depoimentos da vítima e de testemunhas.

A peça é assinada pela procuradora Raquel Branquinho Nascimento, coordenadora do Grupo de Trabalho Violência Política de Gênero no MP.

“Na ocasião, em falas absurdas ele afirmou que ‘homem nasce com binga’ e ‘mulher nasce com tcheca’. Na sequência, a deputada Erika Hilton, uma mulher trans, foi chamada no masculino de ‘meu amigo’ pelo deputado”, diz um trecho do documento.

Além de transfobia, segundo a PGE, o ato de Isidório viola um dispositivo da Lei 14.192/2021, a fixar normas de prevenção, repressão e combate à violência política de gênero.

A legislação estabeleceu no Código Eleitoral o tipo penal do artigo 326-B, a dispor sobre:

“Assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar, por qualquer meio, candidata a cargo eletivo ou detentora de mandato eletivo, utilizando-se de menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia, com a finalidade de impedir ou de dificultar a sua campanha eleitoral ou o desempenho de seu mandato eletivo”.

A pena prevista é de reclusão de um a quatro anos e multa. Por ser um deputado, Isidório conta com foro por prerrogativa de função. Assim, eventual investigação só pode ocorrer no âmbito do Supremo Tribunal Federal.

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