Política
Mourão defende o uso da força contra Rússia e compara Putin a Hitler
‘Brasil não concorda com a invasão do território ucraniano’, diz Mourão; Bolsonaro ainda não se pronunciou
O vice-presidente Hamilton Mourão condenou o ataque russo à Ucrânia, nesta quinta-feira 24, e comparou o presidente russo, Vladmir Putin, ao líder nazista Adolf Hitler.
“O Brasil não está neutro. O Brasil deixou muito claro que ele respeita a soberania da Ucrânia. Então, o Brasil não concorda com uma invasão do território ucraniano. Isso é uma realidade”, afirmou Mourão na chegada ao Palácio do Planalto.
Para o general, apenas sanções econômicas não seriam suficientes para barrar a incursão russa, sendo necessário também o uso da força.
“Tem que haver o uso da força, realmente um apoio à Ucrânia, mais do que está sendo colocado. Essa é a minha visão. Se o mundo ocidental pura e simplesmente deixar que a Ucrânia caia por terra, o próximo será a Bulgária, depois os Estados bálticos, e assim sucessivamente, assim como a Alemanha hitlerista fez nos anos 30”, afirmou o vice-presidente.
Ele ainda afirmou que o presidente russo não respeita um apaziguamento e que as sanções econômicas impostas nos últimos 20 anos não conseguiram alterar o cenário bélico.
“O sistema internacional pode ser rachado, abalado, e nós vamos voltar ao tempo das cavernas. Cada uma faz o que quer e bem entende. Não há respeito entre os povos, às nações. O conceito de soberania se dissolve a aprtir do momento em que um Estado mais forte julga que pode meter a mão no Estado mais fraco e continuar tudo como dantes”, disse.
Na semana passada, contrariando as orientações do Itamaraty, Bolsonaro viajou a Rússia e sugeriu que sua presença ajudou a arrefecer as tensões. Na ocasião Mourão preferiu não comentar as sugestões do presidente.
Posicionamento do Itamaraty
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores disse ainda que o País “permanece engajado nas discussões multilaterais com vistas a uma solução pacífica”.
“O governo brasileiro acompanha com grave preocupação a deflagração de operações militares Federação da Rússia contra alvos no território da Ucrânia”, diz o texto.
“O Brasil apela à suspensão imediata das hostilidades e ao início de negociações conducentes a uma solução diplomática para a questão, com base nos Acordos de Minsk e que leve em conta os legítimos interesses de segurança de todas as partes envolvidas e a proteção da população civil”, acrescenta.
Na nota, o Itamaraty ressaltou a “tradição diplomática brasileira e na defesa de soluções orientadas pela Carta das Nações Unidas e pelo direito internacional”.
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